HIV: doença crônica

O tratamento antirretroviral tem avançado bastante desde seu início. Naquela época, a grande a quantidade de comprimidos diários dava origem ao “coquetel” e tínhamos disponível apenas o AZT.

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O tratamento antirretroviral tem avançado bastante desde seu início. Naquela época, a grande a quantidade de comprimidos diários dava origem ao “coquetel” e tínhamos disponível apenas o AZT, no final dos anos 80. A HAART, sigla em inglês para terapia antirretroviral altamente eficaz, surge em meados da década de 90 com os inibidores de protease, para fazer com que cada vez mais indivíduos alcançassem a carga viral indetectável.

Com o surgimento de novas classes e novas co-formulações, hoje em dia, o tratamento é possível com um comprimido por dia (tenofovir, lamivudina e efavirenz), a depender do esquema. A mais nova proposta de tratamento inicial com o dolutegravir, um inibidor da integrase, associado a dois inibidores da transcriptase reversa análogos ao nucleotídeo, tem uma ótima capacidade de supressão da replicação viral a curto prazo, excelente barreira genética e menos efeitos colaterais.

Estudos recentes mostram que pessoas que convivem com o HIV e mantém a carga viral indetectável não transmitem a doença. A meta 90/90/90 (90% de pessoas diagnosticadas, 90% em tratamento e 90% indetectável) tem sido implementada como uma tentativa de conter o avanço da infecção e já ganhou destaque até no CROI (conferência anual de doenças oportunistas e retrovírus) deste ano, considerado o evento mais importante relacionado ao HIV no mundo.

Uma sorologia positiva para o vírus já não é mais sentença de morte e cada vez mais a doença vai adquirindo “status” de cronicidade. Os efeitos adversos dos antirretrovirais associados à dislipidemia e as alterações inflamatórias intrínsecas à ação do vírus colocam o portador do HIV em maior risco para doenças cardiovasculares. Além disso, a expectativa de vida de uma pessoa indetectável e que tenha hábitos saudáveis é semelhante a de uma pessoa que não convive com o HIV, aumentando o tempo de exposição ao risco.

Dessa forma, mesmo não havendo a cura definitiva (esterilizante) até o momento, em grande parte por não se conseguir combater os vírus de seus reservatórios ou “santuários” no organismo, podemos muito bem falar em cura clínica (ou funcional) para os pacientes em tratamento, assintomáticos e com carga viral indetectável persistente.

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