A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória dependente de estrogênio, representada pela migração do tecido endometrial para fora do útero. Pode se manifestar através de sintomas ginecológicos, mas, também, pode apresentar sintomas em outros sistemas do corpo da mulher. Sendo que um dos mais frequentes é o trato gastrointestinal (TGI). Dado os desequilíbrios hormonais na endometriose e o efeito da microbiota na disfunção imunológica, acredita-se que o microbioma humano possa desempenhar um papel em sua patogênese.
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Métodos
Em fevereiro de 2023, foi publicado um artigo na MDPI com o objetivo de estabelecer se existe uma interação entre a endometriose e a composição microbiana intestinal. Para realizar essa pesquisa os autores realizaram uma revisão sistemática através do PubMed, EMBASE, Scopus, Cochrane Library, and ScienceDirect.
Resultados
Dentre os dez estudos selecionados pelos pesquisadores, havia quatro artigos de revisão e seis ensaios clínicos. Nesses estudos, os autores identificaram diferenças significativas nas pacientes com endometriose, em nível de gênero, em aumento de Prevotella, Blautia e Bifidobacterium e diminuição de Paraprevotella, Ruminococcus e Lachnospira (p < 0,05). Em pacientes submetidas à histerectomia abdominal, o filo Proteobacteria aumentou de 34,36% antes da cirurgia para 54,04% após a cirurgia (p < 0,05).
Conclusão
Através desses estudos sabemos que existe uma diferença na microbiota intestinal das pacientes com endometriose e das que já foram submetidas a procedimentos cirúrgicos. Contudo, são necessários mais estudos para responder se realmente a fisiopatologia da endometriose está associada a disbiose intestinal ou se essa disbiose é consequência da endometriose, definir quais são as cepas envolvidas e se existe alguma suplementação com probióticos ou prebióticos que preveniria o surgimento da endometriose ou tratariam a patologia. Além disso, é necessário definir se a suplementação deve ser feita com uma cepa isolada ou com a combinação de cepas.
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Mensagem prática
Enfim, ainda temos muito caminho para elucidar a fisiopatologia e a terapêutica da endometriose e adenomiose.
2 abr. 2024 
4 min. 
