Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.
Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado (GMSI), conhecida pela abreviação do termo inglês “Monoclonal Gammopathy of Undeterminated Significance” (MGUS) é uma desordem clonal pré-maligna, classificada a depender do tipo de imunoglobulina envolvida, como IgM, não IgM ou cadeia leve. Pode progredir ou não para mieloma múltiplo ou outras doenças hematológicas.
É fato que MGUS é detectada duas vezes mais em homens do que mulheres. E três vezes mais em pacientes afrodescendentes. Porém, devemos levar em consideração que, apesar de mais prevalente em determinados grupos afrodescendentes, por exemplo, o risco de progressão para mieloma múltiplo é o mesmo. Muitos estudos estão em andamentos para avaliação detalhada da gamopatia.
Veja também: Prevenção e monitorização de cardiotoxidade em onco-hematologia
Muitos fatores de risco estão sendo estudados ligados ao desenvolvimento de desordens monoclonais, inclusive MGUS. Um deles é o índice de massa corporal. Altos índices parecem estar associados ao desenvolvimento da condição. Outros fatores estudados que parecem estar ligados são: exposição à radiação e pesticidas.
Estão associadas à gamopatia clonal: infecções, fraturas, neuropatia periférica, tromboembolismo e gamopatia monoclonal de significado renal.
Não existem guidelines de orientação de rastreio de MGUS. No entanto, há interesse pela compreensão dos fatores que contribuem para o risco de progressão da desordem para direcionamento futuro de investigação e intervenção.
O objetivo atual dos profissionais da área de saúde em relação a MGUS é a monitorização da progressão para fazer intervenções precoces em danos causados por proliferação clonal. No entanto, existe um forte ímpeto de estudar estratégias de intervenção e monitorização precoce da MGUS. A finalidade é melhorar a sobrevida global e complicações dos pacientes acometidos.
A estratificação de risco individual depende do hemograma completo, creatinina e cálcio séricos. Dependendo do risco, adicionamos na investigação LDH, beta-2-microglobulina e biópsia de medula óssea com FISH.
Para pacientes com MGUS não IgM, avaliamos o esqueleto ósseo com tomografia computadorizada de baixa dose. Pacientes portadores de IgM MGUS necessitam de tomografia de tórax, abdome e pelve para avaliação de linfonodomegalia.
Por fim, MGUS cadeia leve, sob o risco de amiloidose-AL, necessitam de avaliação adicional com NT-proBNP, troponina e eletroforese de proteína urinária.
A neuropatia periférica, por exemplo, deve ser avaliada de forma extensa. Incluem exames como eletromiograma, biópsia de gordura, avaliação de crioglobulinas, anticorpo antiMAG, antigangliosídeo.
Já a disfunção renal necessita de avaliação para amiloidose-AL e GMSR. O acompanhamento conjunto multiespecialidades deve ser sempre considerado, com neurologia e nefrologia, por exemplo.
Por fim, acabamos de conhecer alguns detalhes de uma condição médica geralmente assintomática. Porém com necessidade de compreensão de sua patogênese, avaliação e abordagem terapêutica precoce devido ao potencial risco de desenvolvimento de distúrbios malignos do plasma e células B.
Referências:
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna causa tonturas por mudanças na posição da cabeça.. Veja atualização…
O Check-up Semanal conta com temas como candidíase vaginal recorrente, trombofilia hereditária, crise álgica na…
A linfangioleiomiomatose (LAM) é uma doença rara que acomete principalmente as mulheres em idade reprodutiva.…
A doença de Crohn pode levar a complicações, como estenoses e fístulas. Confira um estudo…
Um estudo avaliou a associação entre FA e o risco de complicações cardiovasculares precoces no…
Uma revisão sistemática avaliou o uso de corticoides anteparto em gestações gemelares e seu efeito…