Ministério da Saúde lança protocolo clínico de cuidado para doença trofoblástica gestacional

O Ministério da Saúde lançou a Linha de Cuidado com protocolo clínico transversal para doença trofoblástica gestacional (DTG).

O Ministério da Saúde lançou a Linha de Cuidado com protocolo clínico transversal para doença trofoblástica gestacional (DTG), pouco conhecida até mesmo entre os profissionais de saúde, justamente com o objetivo de orientar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), na Atenção Primária e Especializada.

A doença trofoblástica gestacional, também conhecida como mola hidatiforme, faz crescer as células placentárias. Na sua forma grave é um câncer na placenta que atinge mulheres em idade reprodutiva, sendo curável quando diagnosticado precocemente.

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Na grande maioria dos casos, apenas a retirada da mola do útero é necessária para a cura. No entanto, para cerca de 20% dos casos, pode ser necessária a realização de quimioterapia, ainda com excepcionais índices de cura.

Todavia, inúmeras mulheres ainda recebem tratamento inadequado para essa doença, sofrendo cirurgias desnecessárias, que podem mesmo impedir uma nova gravidez.

“Gostaria de ressaltar que o material não teve recurso financeiro. Os especialistas da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional aceitaram fazer isso de coração, pensando em salvar vidas. Isso mostra que estamos entregando políticas que fazem diferença para a população”, afirmou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, na cerimônia de lançamento do documento em Brasília.

Ministério da Saúde lança protocolo clínico de cuidado para doença trofoblástica gestacional

Linha de Cuidado

O documento traz um protocolo clínico transversal a toda rede de atenção que estabelece a mais efetiva e segura trajetória clínica do paciente com padronizações técnicas relativas à organização do atendimento no sistema de saúde, destacando as informações sobre ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação a serem desenvolvidas por equipe multidisciplinar em cada ponto de atenção da rede.

O conteúdo visa informar profissionais de saúde, gestores e pacientes que buscam informações na rede pública de saúde, indicando o estabelecimento da referência e contra-referência do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), com a inclusão dos centros especializados, presentes em todos os estados da federação.

Maternidade Escola da UFRJ revela nova forma de tratar mulheres com neoplasia trofoblástica gestacional

Um trabalho nacional reunindo vários centros de referência do Brasil e coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comprova que o tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional realizado em centros de referência é o único fator modificável capaz de diminuir a letalidade das mulheres acometidas por essa doença.

Trata-se do estudo do professor e pesquisador Antônio Rodrigues Braga Neto, publicado no periódico Lancet Oncology. A UFRJ recebe mensalmente, em média, 30 novos casos de gestantes com a enfermidade, vindas de todo o estado do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, três em cada quatro casos têm apresentado cura, índice alcançado pela adoção de um novo tratamento que se baseia em uma quimioterapia mais leve. A inovação é a redução drástica dos efeitos colaterais.

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“A quimioterapia apontada pelo estudo utiliza apenas o medicamento Methotrexate em uma dose mais baixa. Por isso, há uma redução importante dos efeitos colaterais. Já a quimioterapia mais agressiva utiliza uma combinação de cinco medicamentos e uma dose mais alta”, explicou António Braga, que também é coordenador da linha de Cuidado da Mulher com Doença Trofoblástica Gestacional na Maternidade Escola da UFRJ.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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