Nos EUA, gastos com testes laboratoriais “não covid-19” apresentaram uma queda significativa em 2020 

 Um relatório americano demonstrou que os gastos com os chamados testes “não covid-19” tiveram um declínio acentuado em 2020.  

O ano de 2020 foi um período de muito aprendizado onde, com o início da pandemia por covid-19 e a conseguinte adoção de medidas restritivas de saúde pública, tomadas a fim de diminuir o contágio e disseminação do vírus, tivemos que adequar nossas vidas à uma nova realidade.  

Nesse sentido, notadamente nos primeiros meses do ano (período inicial de adaptação dos sistemas de saúde, aliado aos mais rigorosos lockdowns experimentados), houve uma importante queda no número de consultas ambulatoriais, cirurgias eletivas e, consequentemente, de exames laboratoriais gerais “não covid-19”. 

não covid-19

O relatório do HHS OIG 

Um relatório do U.S. Department of Health and Human Services Office of Inspector General (HHS OIG), disponibilizado no final de 2021 (referente ao período de 2016 a 2020), demonstrou que os gastos com os chamados testes “não covid-19”, dentro do sistema medicare parte B, tiveram um declínio acentuado no primeiro ano da pandemia. 

Os desembolsos com exames laboratoriais vinham crescendo, desde 2016, em uma média 4,3% por ano. Todavia, em 2020, os gastos observados com testes “não covid-19” (US$ 6,5 bilhões) foi o menor da série analisada (em 2016, até então o ano com menos gastos da série, tinha sido da ordem de US$ 6,8 bilhões). 

Embora tenha sido observado uma recuperação ao longo da segunda metade do ano, a soma dos testes laboratoriais (excetuando os de Covid-19), tiveram uma redução de 12% em 2020, saindo de US$ 7,7 bilhões em 2019, para US$ 6,5 bilhões em 2020.  

Entretanto, quando analisado os gastos com todos os tipos de testes, incluindo os de covid-19, houve um aumento de 4% em relação ao ano de 2019 (total de US$ 8 bilhões). Ou seja, se levarmos em consideração apenas os gastos com testes de covid-19 naquele ano, que em sua maioria foram de testes rápidos, os gastos dentro do sistema com apenas esses testes foram de US$ 1,5 bilhões. 

E esse custo dos testes de covid-19 ao longo do ano foram, como esperado, crescentes. Em janeiro de 2020, bem no início dos primeiros casos nos EUA, foram gastos apenas US$ 33 mil com esse tipo de teste, enquanto em dezembro daquele mesmo ano essa quantia chegou à casa dos US$ 308 milhões.

Observações importantes para a compreensão do relatório

O HHS OIG, é um órgão governamental de controle e auditoria do sistema de saúde americano, cuja missão principal é a de proteger a integridade dos programas de saúde, bem como zelar pelo bem-estar de seus beneficiários.  

O medicare (espécie de sistema de seguro social) é um dos programas de saúde americano, que oferece quatro tipos de serviço (parte A, B, C e D). O relatório desse órgão do governo americano teve como base os gastos dos testes laboratoriais cobertos pela parte B do medicare.

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Considerações finais

O estudo traz informações relevantes sobre o comportamento do uso de testes laboratoriais nos EUA durante o primeiro ano da pandemia. Na medida em que, notadamente no primeiro semestre, houve uma importante redução dos testes ditos “não covid-19”, podemos inferir que alguns pacientes sofreram um atraso nos cuidados em saúde. 

Essa postergação da realização de alguns exames, muitos deles utilizados para o diagnóstico, acompanhamento, monitorização do tratamento, prognóstico de várias condições de saúde, pode ter um impacto de longo prazo à nível individual e coletivo. 

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