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O Brasil é o segundo colocado em números absolutos de transplante de órgãos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América, com mais de 27 mil transplantes realizados no ano passado. Apesar desse grande numero de transplantes, atualmente na fila de transplantes há mais de 46 mil pessoas, sendo rim e córnea os órgãos com maior demanda.
Doação de órgãos
A doação de órgãos pode ser de doador vivo ou de doador morto. Rins, fígado, pele (removidas em cirurgias plásticas) e medula óssea são os aqueles que podem ser doados de doador vivo, já coração, córnea, córneas e pâncreas são realizados exclusivamente de doadores falecidos.
Para a doação de doador falecido, é necessário que tenha tido morte encefálica (ME), que a equipe obtenha autorização da família e que o doador não tenha nenhuma contraindicação como:
- Sorologia positiva HIV, HTLV I e II ou hepatites B e C;
- Meningite herpética;
- Sepse ou infecções virais sistêmicas;
- Doenças reumatológicas como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide;
- Uso de drogas ilícitas injetáveis;
- Linfoma ou leucemia de célula T;
- Neoplasias malignas (exceto neoplasias dermatológicas não melanoma ou algumas neoplasias de SNC);
Cuidados de enfermagem
Os cuidados de enfermagem para preservar a capacidade de doação são:
- Balanço hídrico rigoroso;
- Hidratar os olhos com colírio hidratante a cada 6h ou NaCl0,9%;
- Realizar higiene ocular a cada 12h;
- Manter olhos fechados;
- Hidratar pele;
- Controle térmico (mantendo a normotermia);
- Controle rigoroso de PA, tendo como ponto de corte PAM de 60mmHg;
- Manter SpO2 > 95%, caso necessário, é melhor aumentar a FiO2 em detrimento de PEEPs mais altas;
- Realizar reanimação cardiopulmonar caso confirmada a doação de órgãos;
- Manter glicemia entre 80 e 150 mg/dL;
- Manter cabeceira elevada;
- Mudança de decúbito 2/2h;
- Além das intervenções necessárias para prevenir danos ao doador.
Mais do autor: Conquistas da enfermagem em meio à pandemia de Covid-19
O cuidado de enfermagem ao doador é fundamental para que a maior quantidade de órgãos e tecidos possível seja aproveitada.
Além disso, é importante destacar que o respeito e empatia com o momento que a família do doador que se despede do seu ente querido são fundamentais para fortalecer a política de doação de órgãos e garantir que não aja desistência ao longo do processo.
Autor:
Enfermeiro (EEAN/UFRJ) •Especialista em pediatria (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em preceptoria no SUS (IEP/HSL) • Mestre em enfermagem (EEAN/UFRJ) • Enfermeiro da UTI pediátrica do HUPE/UERJ e do IPPMG/UFRJ • Docente do curso de graduação em enfermagem das Faculdades São José.