O impacto da obesidade nos resultados da histerectomia vaginal

Um estudo estimou o tempo de operação, peso uterino e perda sanguínea entre pacientes obesas e não obesas submetidas a histerectomia vaginal.

 Em junho de 2023 foi publicado um artigo no European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, com o objetivo de comparar o resultado da histerectomia vaginal (HV) e histerectomia vaginal assistida por laparoscopia (HVL) em mulheres obesas versus não obesas submetidas a histerectomia para condições uterinas benignas com útero não prolapsado.  

A obesidade pode dificultar a execução da técnica cirúrgica adequada, aumentar tempo cirúrgico, além de aumentar risco de hemorragia e infecção no sítio cirúrgico. Sendo assim, é de suma importância sabermos indicar corretamente a via da histerectomia e aconselhar a paciente, para diminuir riscos intra e pós operatórios.

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O impacto da obesidade nos resultados da histerectomia vaginal

O impacto da obesidade nos resultados da histerectomia vaginal

Métodos 

A pesquisa foi realizada sob forma de estudo controle prospectivo randomizado, sendo que o objetivo primário proposto pelos autores foi de estimar o tempo de operação, peso uterino e perda sanguínea entre pacientes obesas e não obesas submetidas a HV e HVL. Já o objetivo secundário foi de determinar qualquer diferença na permanência hospitalar, a necessidade de analgesia pós-operatória, complicações intra e pós-operatórias imediatas e a taxa de conversão para laparotomia para pacientes obesas versus não obesas submetidas a HV e HVL. 

Resultados 

Os pesquisadores  não encontraram diferenças significativas na mudança média de hemoglobina sérica pré-operatória para pós-operatória, no peso uterino, nas complicações intra e pós-operatórias imediatas e no período de convalescença ao comparar pacientes obesos e não obesos em ambos os grupos HV e HVL. Contudo, houve uma diferença estatisticamente significativa no tempo de operação entre os dois procedimentos. As HVLs demoraram mais em relação às HVs para serem realizadas (62,8±9,3 vs. 29,9±6,6 minutos em pacientes não obesos e 62,7±9,8 vs 30,0 ± 6,9 minutos em pacientes obesos), mesmo que os procedimentos vaginais tenham sido realizados por residentes em treinamento e as laparoscopias por cirurgiões já formados. 

Conclusão  

Os autores concluíram que a HV e a HVL para o útero não prolapsado é uma alternativa viável e segura para pacientes obesas, porém eles ressaltam que a via vaginal deve ser preferida à videolaparoscópica, por ser uma via segura de histerectomia, com tempo de operação significativamente menor. Contudo, acredito que isso depende da experiência da equipe com laparoscopia, afinal sua curva de aprendizagem é mais lenta, se for uma equipe com maior experiência em cirurgia vaginal o tempo cirúrgico da HV será menor, já uma equipe com maior experiência em HVL terá maior sucesso nesta via.  

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Mensagem prática 

Acredito que a mensagem importante deste artigo é que tanto a via vaginal quanto a laparoscópica é segura para performar em obesas. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • J.A. Locher, M. Chrysostomou, D. Djokovic, E. Libhaber, B.J. van Herendael, A. Chrysostomou, The impact of obesity on vaginal hysterectomy and laparoscopically-assisted vaginal hysterectomy outcomes: a randomised control trial, European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 2023. doi.org/10.1016/j.ejogrb.2023.06.001