OMS considera surto de novo coronavírus como emergência de nível elevado; Brasil tem casos suspeitos

Ontem, 27, a OMS alterou sua posição de que o surto do novo tipo de coronavírus seria um emergência de risco moderado e passou a considerar de nível elevado.

Texto publicado em 27/01/2020 às 16h, atualizado em 29/01/2020 às 17h19

No último dia 27, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou sua posição de que o surto do novo tipo de coronavírus, 2019-nCoV, seria uma emergência de risco moderado e passou a considerar de nível elevado. Ainda não é, porém, considerado pandemia. A OMS alterou também a definição de caso suspeito, incluindo qualquer pessoa com sintomas que tenha estado na China como um todo, e não apenas na cidade de Wuhan.

Em entrevista coletiva ontem, 28, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso suspeito no país, em Belo Horizonte. A paciente confirmou que esteve recentemente em Wuhan. Outras oito suspeitas no país foram divulgadas hoje, 29.

Os casos continuam aparecendo em diversos locais do mundo. Até o momento, foram confirmados mais de 6.100 casos, em 16 países, e o número de mortes chegou a 132. Os primeiros casos da Europa foram identificados na França, este fim de semana.

Veja atualizações do surto de coronavírus 2019-nCoV aqui!

A grande parte dos casos ainda é no epicentro da doença, em Wuhan, na China. Os territórios chineses independentes Taiwan, Macau e Hong Kong também tem casos contabilizados. Outros países atingidos são Tailândia, Singapura, França, Malásia,  Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Vietnã, Nepal, Austrália, Cambodja, Canadá, Sri Lanka, Alemanha e Emirados Árabes, este último com os primeiros casos confirmados hoje, dia 29. Além disso, o Japão e a Alemanha contabilizaram casos de pacientes que não estiveram na China.

Com o objetivo de evitar ainda mais a propagação do vírus, o governo chinês suspendeu as comemorações do Ano Novo Lunar, estendendo o feriado até o próximo dia 2. No último ano, segundo as autoridades do país, cerca de 7 milhões de chineses viajaram dentro da China e para outros países durante este feriado. Grandes empresas do país também fecharam as portas e seus funcionários estão trabalhando de casa.

Após o primeiro caso confirmado nos Estados Unidos, na última semana, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um comunicado para que os profissionais de saúde se atualizem e estejam alertas a pacientes com sintomas e história clínica compatíveis com o novo vírus.

Veja mais sobre a doença: Coronavírus: como identificar possíveis casos no Brasil?

menina chinesa com máscara e tossindo devido a coronavírus

Surto de coronavírus 2019-nCoV

O Ministério da Saúde divulgou um protocolo para que os profissionais saibam como agir em casos suspeitos, falamos mais detalhadamente aqui no Portal. Os sintomas sãos os mesmos de uma pneumonia: febre, tosse e dificuldade para respirar.

O diagnóstico é feito com exames de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).. O profissional deve realizar duas coletas de amostras e encaminhar para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica. A confirmação acontece quando há detecção do RNA viral.

Para que um caso seja considerado suspeito é necessário ter viajado para a China nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas ou ter tido contato próximo a um caso suspeito ou confirmado. Os pacientes suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto os sintomas persistirem. Caso o exame descarte o coronavírus, o paciente pode ser retirado do isolamento, mesmo sem melhora clínica.

A orientação geral da OMS é que os profissionais de saúde e as autoridades divulguem para a população que para se prevenir é necessário fazer ações simples que evitam resfriados comuns, como higiene das mãos, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e evitar contato com pessoas suspeitas, além de práticas alimentares seguras.

Leia mais: Associação de coronavírus com doença respiratória grave e internação em UTI pediátrica

Coronavírus

Essa família de vírus causa doenças respiratórias que podem variar de um simples resfriado a um síndrome respiratória aguda grave (SARS). Os casos de 2019-nCoV começaram na cidade de Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro e foi confirmado como uma nova cepa do coronavírus no dia 7 deste mês. As autoridades chinesas divulgaram o sequenciamento genético do vírus para que os outros países pudessem identificar de forma mais rápida os casos da doença.

O vírus provavelmente contaminou uma ou mais pessoas através da transmissão animal-humano no mercado público de animais silvestres e marinhos de Wuhan. Ainda não se sabe ao certo qual foi o animal, mas o mercado foi fechado para inspeção e limpeza.

Os coronavírus fazem parte de um grupo de vírus comum entre os animais, mas surtos por transmissão para humanos já aconteceram, como o da SARS, em 2002, e de MERS em 2012. Atualmente, os que são conhecidos e transmitem doenças para humanos são:

  • Alpha coronavírus 229E e NL63;
  • Beta coronavírus OC43 e HKU1;
  • SARS-CoV (causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave ou SARS);
  • MERS-CoV (causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS).

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.