Proteção contra infecção do trato respiratório inferior causada pelo VSR em bebês

Entenda o que você precisa saber sobre o nirsevimabe, um novo imunizante contra o vírus sincicial respiratório (VSR).

Este conteúdo foi produzido pela PEBMED em parceria com Sanofi de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal PEBMED.

Recentemente, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) um novo imunizante contra o vírus sincicial respiratório (VSR), chamado nirsevimabe1,2.

Trata-se de um anticorpo monoclonal recombinante humano de meia vida prolongada com potente capacidade neutralizante contra cepas dos sorotipos A e B do VSR3-5. O imunizante atua através da inibição da proteína de fusão do vírus, essencial para a invasão viral à célula do hospedeiro3-5.

O Nirsevimabe é indicado para recém-nascidos e bebês entrando ou durante sua primeira temporada do VSR1,3,4. Além disso, a indicação abrange crianças menores de 2 anos que sejam imunocomprometidas, portadoras de síndrome de Down, fibrose cística, doenças neuromusculares ou anomalias congênitas das vias aéreas, assim como pacientes com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatias congênitas hemodinamicamente significativas1.

Apesar do início da vacinação no país, ainda não se sabe quando crianças e adolescentes irão poder. Algumas vacinas começaram as pesquisas.

Dados epidemiológicos brasileiros

Dados de 2022 do DATASUS (SIVEP-Gripe) apontam que, dentre os menores de 2 anos, o número de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em decorrência de infecção pelo VSR se equiparou aos números relacionados à SRAG por COVID-19, com pico nos menores de 6 meses, sendo menores do que os de infecção por influenza6.

Destaca-se que entre 2014 e 2021, mais de 60% dos bebês que foram a óbito por VSR ou bronquilite eram nascidos a termo7.

Por que todos os bebês precisam de proteção contra o VSR?

O VSR é a principal causa de infecção do trato respiratório inferior (ITRI) em crianças pequenas e é uma causa importante de hospitalização nessa faixa etária, gerando impactos de saúde globalmente 8-10.

Além de ser um agente infeccioso comum, o VSR é altamente contagioso10. Isso se ilustra por dados epidemiológicos que sugerem que dois em cada três bebês ainda no primeiro ano de vida apresentem infecção pelo vírus e virtualmente todos os bebês terão contato com o VSR até os dois anos de idade11.

Embora exista um grupo de alto risco para gravidade no contexto de infecção pelo VSR, o curso da doença é imprevisível, podendo se agravar rapidamente12. Segundo Esposito e colaboradores, cerca de 40% dos bebês infectados pelo VSR apresentam envolvimento de vias aéreas inferiores, e os achados de Arriola e colaboradores sugerem que 25% dos bebês hospitalizados por VSR necessitam de internação em unidade de terapia intensiva11,13.

Inclusive, estudos mostram que mais de 70% das crianças hospitalizadas em decorrência de infecção pelo vírus nasceram a termo e são previamente hígidas9,11,12. Também é importante considerar que o VSR não acomete apenas bebês nos primeiros meses de vida e que a infecção pelo vírus está associada à sibilância persistente na infância, com aumento da necessidade de recursos de saúde nos anos que se seguem9,11.

O você precisa saber sobre o nirsevimabe

O nirsevimabe é uma forma de imunização passiva. Isso é preferível quando o objetivo é imunizar recém-nascidos e bebês pequenos, já que seu sistema imunológico por vezes não é capaz de gerar uma resposta robusta5,11.

Além de proteger contra o VSR, o novo imunizante possibilita, ainda, o desenvolvimento de uma resposta imunológica natural contra o vírus, trazendo benefício adicional nesse sentido5.

Algumas outras vantagens incluem:

  • Fácil posologia: foram demonstrados níveis protetores do anticorpo durante 150 dias com apenas uma dose intramuscular3-5.
  • Eficácia: houve redução de mais de 70% nos quadros de ITRI com necessidade de atendimento médico3-5.
  • Perfil de segurança: o imunizante mostrou bom perfil de segurança. Nos estudos realizados, os tipos e frequências dos eventos adversos foram semelhantes ao grupo placebo.3,4.
  • Coadministração com outras vacinas: a possibilidade de aplicação conjunta com outras vacinas facilita a adesão ao nirsevimabe sem que haja impacto no restante do calendário vacinal infantil, considerando que será utilizada a mesma infraestrutura já existente para imunização da população e que não haverá necessidade de visitas adicionais11.

Mensagem final

O VSR é um patógeno de grande relevância globalmente, principalmente nos primeiros 2 anos de vida das crianças, se relacionando com a importante morbimortalidade e gastos em saúde9,10,12.

As infecções pelo vírus não têm tratamento específico e até o momento a única estratégia de prevenção disponível, no Brasil, tem indicação restrita para prematuros e bebês com comorbidades, embora bebês a termo também estejam sujeitos a infecções graves, inclusive com risco de vida4,5,7.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • 1. Anvisa aprova medicamento para prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2023/anvisa-aprova-medicamento-para-prevencao-do-virus-sincicial-respiratorio-vsr>. Acesso em: 10 Nov. 2023.
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  • 10. REIS Julia; SHAMAN Jeffrey. Simulation of four respiratory viruses and inference of epidemiological parameters. Infectious Disease Modelling, v. 3, p. 23–34, 2018.
  • 11. ESPOSITO Susanna; ABU RAYA Bahaa; BARALDI Eugenio; et al. RSV Prevention in All Infants: Which Is the Most Preferable Strategy? Frontiers in Immunology, v. 13, 2022.
  • 12. BIANCHINI Sonia; SILVESTRI Ettore; ARGENTIERO Alberto; et al. Role of Respiratory Syncytial Virus in Pediatric Pneumonia. Microorganisms, v. 8, n. 12, p. 2048, 2020.
  • 13. ARRIOLA Carmen S; KIM Lindsay; LANGLEY Gayle; et al. Estimated Burden of Community-Onset Respiratory Syncytial Virus–Associated Hospitalizations Among Children Aged < 2 Years in the United States, 2014–15. Journal of the Pediatric Infectious Diseases Society, v. 9, n. 5, p. 587–595, 2019. MAT-BR-2306835