Puxos moderados em fase expulsiva podem reduzir necessidade de episiotomia em nulíparas

O manejo ativo sugerindo puxos intensos pode reduzir a duração do puxo, mas pode levar a alterações de frequência cardíaca fetal.

A assistência ao trabalho de parto deve ser feita de forma integral. Entretanto, ainda não existe consenso sobre qual a melhor forma de assistência durante a fase expulsiva (assistência ativa, passiva, intensiva ou a livre permissão para que a paciente se manifeste). O manejo ativo sugerindo puxos intensos pode reduzir a duração do puxo, mas pode levar a alterações de frequência cardíaca fetal. Essa, por compressão do cordão umbilical associada à redução de perfusão placentária e oxigenação. Em conjunto, o uso de analgesia de parto para alívio da dor pode retardar a evolução do trabalho de parto.  

Vários trabalhos têm tentado associar formas de melhorar a assistência a essa fase do trabalho de parto de modo que a fase expulsiva seja mais efetiva, menos dolorosa e segura para mãe e feto.  

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Estudo

Foi publicado no American Journal of Obstetrics & Gynecology um estudo randomizado controlado incluindo 1710 nulíparas com gestações únicas, fetos cefálicos, no segundo estágio do parto, com analgesia epidural em evolução com frequência fetal normal. Essas parturientes foram divididas em dois grupos: 

  • Paciente grupo puxos moderados. Aqui não há limite para realizar puxos, apenas máximo de dois puxos a cada contração.
  • Paciente grupo puxos intensos. Realização de três puxos intensos a cada contração. Após 30 minutos, a parteira chama o obstetra para avaliar parto operatório.  

O desfecho primário foi todo relacionado ao feto: pH artéria umbilical < 7,15; base excess > 10; lactato > 6; Apgar de quinto minuto < 7 e trauma neonatal severo. Já os desfechos secundários incluíram avaliação materna: via de parto, episiotomia, lesão obstetrica de esfíncter anal, hemorragia puerperal e satisfação materna.  

Os resultados mostraram morbidade neonatal de 18,9% para o grupo moderado versus 20,6% para o grupo intenso (P= 0,38). A duração dos puxos foi maior no grupo moderado (38,8 min ± 26,4) em relação ao grupo intenso (28,6 min ± 17,0; P < 0,001). A necessidade de parto operatório foi maior no grupo de puxos intensos (24,8 & versus 21,1%; P=0,08). Chamou atenção a necessidade muito menor de episiotomias no grupo de puxos moderados (13,5% vs 17,8%; P<0,02). As outras variáveis maternas não apresentaram diferenças significativas.

Leia também: Violência obstétrica e a percepção de pacientes e profissionais

Conclusões

O estudo concluiu que os puxos moderados não oferecem risco fetal significativo, podendo sim reduzir a necessidade de episiotomia em nulíparas. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Le Ray C, Rozenberg P, Kayem G, Harvey T, Sibiude J, Doret M, Parant O, Fuchs F, Vardon D, Azria E, Sénat MV, Ceccaldi PF, Seco A, Garabedian C, Chantry AA; GROG (Groupe de Recherche en Obstétrique et Gynécologie). Alternative to intensive management of the active phase of the second stage of labor: a multicenter randomized trial (PASST trial) among nulliparous women with an epidural. Am J Obstet Gynecol. 2022 Jul 19:S0002-9378(22)00579-8. doi: 10.1016/j.ajog.2022.07.025. Epub ahead of print. PMID: 35868416.