Tempo de leitura: 4 min.
Sabemos que o paciente que sofreu uma amputação deve ser logo encaminhado a um Centro de Reabilitação. Mas essa realidade nem sempre ocorre no Brasil. Então, que fazer ao se deparar com um paciente amputado em seu ambulatório?
O direito a uma prótese é garantido por lei (art. 89 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991) e existem inclusive Manuais de prescrição de próteses disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
No Brasil, a incidência de amputações de membros é de cerca de 13,9 por 100.000 habitantes por ano. De modo geral são identificadas três causas principais: vasculares, traumáticas e congênitas. Outras causas menos comuns são tumores e infecções ósseas. É mais incidente no sexo masculino, idade entre 18 e 64 anos.
IDADE | CAUSAS | ASSOCIAÇÃO COM |
Recém-nascidos | Congênitas | |
11 – 20 anos | Tumores Ósseos | |
21 – 30 anos | Traumas | Acidentes de trânsito – motocicleta |
31 – 60 anos | Traumas/Vasculares | |
Acima de 60 anos | Vasculares | Diabete Melito e Tabagismo |
Fases da amputação:
Leia mais: Preditores de risco para falha terapêutica em infecções de prótese articular
É importante avaliar situação social e profissional do paciente. Avaliar acessibilidade ao ambiente domiciliar e bairro. Checar barreiras como escadas, falta de retaguarda familiar, alterações cognitivas.
Na anamnese, lembrar de perguntar sobre presença de sensação do membro fantasma, dor fantasma, dificuldades nas atividades de vida diária (alimentação, banho, vestuário, locomoção, transferências), avaliação do humor, comorbidades e expectativa do paciente em relação a protetização.
Cardiorrespiratório: o indivíduo precisa ter um bom condicionamento físico, pois com uma prótese o gasto energético é maior do que um membro não amputado.
Membros não amputados: avaliar lesões osteoarticulares (osteoartrite, fraturas, deformidades), neurológicas (lesão em nervos, alteração de sensibilidade) ou vasculares (checar pulsos periféricos) que possam comprometer a marcha ou dificultar o manuseio das próteses, órteses e meios auxiliares de locomoção. Por exemplo, em uma amputação de um membro inferior, o indivíduo precisará usar, pelo menos na fase inicial, muletas, para conseguir se locomover, então precisará que os membros superiores estejam preparados.
Devemos identificar:
Mais da autora: Osteoartrite: quais as principais atualizações no tratamento?
Uma radiografia do membro amputado e das duas articulações acima é o suficiente para avaliação para protetização. Podem ser pedidos exames específicos de outras articulações, se houver alteração no exame físico.
As alterações mais comuns no RX são: rarefação óssea (por diminuição da descarga de peso), espículas ósseas, checar miodese (tecido muscular usado para fechar o coto), traços de fraturas, ossificação heterotópica (formação óssea fora do osso).
Encaminhamento a um Centro de Reabilitação/ Liberação de Próteses mais próximo a residência do paciente.
Via SUS (geralmente via CROSS): CERs (Centros Especializados em Reabilitação), Lucy Montoro, AACD. Também existem clínicas particulares para protetização, como a OttoBock e Conforpes.
Orientações sobre acessibilidade domiciliar:
O restante das fases de reabilitação no amputado (pré-protético, protético e seguimento) geralmente fica sob os cuidados dos Centros de Reabilitação. O manejo é feito através de uma equipe interdisciplinar e envolve médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, serviço social, técnicos em próteses, dentre outros.
É fundamental conversar com paciente sobre suas expectativas em relação a prótese, orientar os cuidados diários e estimular o ganho máximo de independência.
Referências bibliográficas:
Aprenda a organizar seu tempo de maneira mais eficiente. Participe de evento no próximo sábado,…
Na emergência é crucial identificar em qual fase do AVC o paciente se encontra, a…
A malária é um grande problema de saúde pública. Neste post, iremos revisar os principais…
Estudo não encontrou benefício na adição de uma dose de ataque de salbutamol à infusão…
A endometriose é uma doença inflamatória com uma prevalência de 10% das mulheres na menacme.…
Um estudo anunciou a detecção de um novo tipo de henipavírus filogeneticamente distinto, o Langya…