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Os bloqueadores neuromusculares fazem parte do arsenal terapêutico nos casos graves de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Evidências sobre o uso dos bloqueadores na SDRA estão descritas em grandes trials como o ACURASYS e o ROSE. Em ambos, a indicação da terapia ocorria nos casos com PaO2/FiO2 <150. O ACURASYS mostrou impacto na mortalidade, enquanto o ROSE não.
Os resultados do ACURASYS trial foram contrapostos pelo ROSE trial. Este último evidenciou que não houve diferença na mortalidade dos pacientes que receberam bloqueadores neuromusculares, além da infusão do bloqueador estar associada a um maior número de efeitos adversos. No entanto, o regime de sedação diferiu entre os dois estudos, assim como no ROSE trial o regime de sedação foi diferente entre grupos.
Nesse contexto, o estudo “Optimal Sedation in Patients Who Receive Neuromuscular Blocking Agent Infusions for Treatment of Acute Respiratory Distress Syndrome—A Retrospective Cohort Study From a New England Health Care Network” foi publicado em julho de 2021 no Journal da Society of Critical Care Medicine. A ideia do estudo retrospectivo foi avaliar se os efeitos negativos da infusão de bloqueadores neuromusculares em pacientes com SDRA eram mediados pela proporção de sedação profunda.
Em ambos, a indicação da terapia ocorria nos casos com PaO2/FiO2 <150. O ACURASYS mostrou impacto na mortalidade, enquanto o ROSE não.
Os resultados do ACURASYS trial foram contrapostos pelo ROSE trial. Este último evidenciou que não houve diferença na mortalidade dos pacientes que receberam bloqueadores neuromusculares, além da infusão do bloqueador estar associada a um maior número de efeitos adversos. No entanto, o regime de sedação diferiu entre os dois estudos, assim como no ROSE trial o regime de sedação foi diferente entre grupos.
Trata-se de estudo retrospectivo que englobou sete unidades de terapia intensiva (UTIs) em Boston. Foram incluídos pacientes intubados e em ventilação mecânica, admitidos com SDRA entre Janeiro de 2008 e Junho de 2019. Um total de 3.419 pacientes foram incluídos, dos quais 577 (16,9%) estavam recebendo tratamento com bloqueadores neuromusculares. Na sequência, vamos listar os principais achados:
Em pacientes com SDRA, que receberam infusões de bloqueadores neuromusculares, uma alta e prolongada proporção de sedação profunda está associada a maior mortalidade. Além disso, baseado nos achados acima, o estudo sugere que a duração da sedação profunda deva ser minimizada após a recuperação da infusão de bloqueadores neuromusculares. Os dados também reforçam a indicação de bloqueadores neuromusculares nos casos que apenas a sedação profunda não foi suficiente para obter ventilação mecânica protetora.
Referências bibliográficas:
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