Qual o papel da artrodese de interfalangeana proximal na doença de Dupuytren?

Revisão analisou a literatura sobre os resultados e complicações das diferentes técnicas de artrodese da IFP na Doença de Dupuytren.

A doença de Dupuytren é uma doença fibroproliferativa e benigna que afeta mãos e dedos. A formação de nódulos precede o aparecimento das cordas em uma parcela desses pacientes, levando às contraturas das articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais.

É um grande problema da doença a recidiva após tratamento cirúrgico, podendo chegar a 39% pós-fasciectomia. A patologia é progressiva e, a cada procedimento, há aumento do grau de dificuldade e possibilidade até de amputação. A artrodese da articulação interfalangeana proximal (IFP) é uma alternativa à amputação em casos com contratura cicatricial significativa adicionada à artrose ou artrofibrose, desde que a sensibilidade do dedo esteja preservada.

Leia também: Qual é a incidência de cirurgias de revisão após descompressão ou artrodese lombar?

Qual o papel da artrodese de interfalangeana proximal na doença de Dupuytren?

O estudo

Entretanto, são escassos os artigos que avaliam os resultados desse tipo de tratamento. Mediante isso, foi publicado esse mês na Revista Iberoamericana de Cirugía de la Mano – RICMA uma revisão sistemática com o objetivo de analisar os dados existentes na literatura sobre os resultados e complicações das diferentes técnicas de artrodese da IFP na Doença de Dupuytren.

Foi desenvolvida uma pesquisa nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane Library. Foi avaliado o risco de viés usando a escala de Newcastle-Ottawa modificada. Juntamente com complicações  e variáveis intra e pré-operatório, também foram analisadas melhora funcional, dor e o grau de satisfação.

Para esta revisão sistemática, foram selecionadas 4 séries de casos, com 65 pacientes e 71 artrodeses. Não mostraram melhoras significativas em termos de dor ou funcionalidade, mas um alto grau de satisfação em todos os estudos. A necrose de pele correspondeu a 11,3% das complicações, mas não houve lesão vascular ou nervosa.

Conclusão

Apesar de não demonstrar melhora da dor ou da funcionalidade, a artrodese da IFP associa alto grau de satisfação e baixíssimo índice de afetação com lesões cutâneas ou vasculares ou nervosas. O nível de evidência dos resultados e complicações é baixo, necessitando estudos mais robustos para gerar maior confiabilidade.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • García JFG, González MS, González AG, Baro AM, Duque PB. Artrodesis de la articulación interfalángica proximal en la enfermedad de Dupuytren: una revisión sistemática cualitativa. Revista Iberoamericana de Cirugía de la Mano 2022; 50(02): e133-e141 DOI: 10.1055/s-0042-1758547  

Especialidades