Reconstruções anatômicas do complexo fibrocartilaginoso triangular nas instabilidades crônicas da articulação radioulnar distal

O complexo fibrocartilaginoso triangular (CFCT) tem dois componentes funcionais: o distal e o proximal. Saiba mais no Portal PEBMED.

O complexo fibrocartilaginoso triangular (CFCT) tem dois componentes funcionais: o distal (formado pelos ligamentos ulnocarpais e disco articular) e o proximal (formado pelos ligamentos radioulnares distais volar e dorsal e inserido na fóvea), estabilizador primário da articulação radioulnar distal (ARUD) durante a pronossupinação do antebraço. A lesão do CFCT é causa frequente de dor e disfunção no canto ulnar do punho e quando não diagnosticada ou erradamente tratada pode causar instabilidade crônica da ARUD. 

A reconstrução do complexo fibrocartilaginoso triangular é indicada quando a lesão não é reparável, não há alteração degenerativa articular e a membrana interóssea está funcionante. Já foram descritos inúmeros procedimentos de reconstrução não-anatômicos incluindo plastia extra-articular ou transferências musculares dinâmicas. Entretanto, essas técnicas não são anatômicas e são menos efetivas em reproduzir a biomecânica do CFTC quando comparadas à reconstrução anatômica com enxerto de tendão.

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complexo fibrocartilaginoso triangular

O estudo

Foi publicado recentemente na “Revista Iberoamericana de Cirugía de La Mano” uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar as diferentes técnicas de reconstrução anatômica do complexo fibrocartilaginoso triangular, analisando a técnica cirúrgica e resultados. Os critérios de exclusão foram artigos de revisão, relatos de caso e estudos cadavéricos. 

Um total de onze artigos apresentando séries de casos (com 9 a 95 pacientes) foram selecionados. Os trabalhos mais antigos descreveram diferentes tipos de cirurgias abertas enquanto que os mais recentes descreveram tanto cirurgias abertas quanto artroscópicas. Foram contempladas as técnicas de Scheker, Adams, Shih e Lee, Henry, Meyer e Chu-Kay Mak e Ho.

A maioria dos estudos encontrou bons resultados, com recuperação da estabilidade do punho, melhora da dor e aumento da força de pega nos testes funcionais. Com a evolução histórica das séries publicadas, os cirurgiões tentaram desenvolver técnicas cada vez mais anatômicas e estáveis com técnicas menos invasivas.

Conclusão

Os autores concluem após revisarem os artigos citados que o procedimento de Adams (primeiramente descrito em 2000) continua sendo uma técnica válida e reprodutível no tratamento da instabilidade crônica da ARUD. Se há oferta de artroscopia e cirurgiões bem treinados para tal prática, os autores recomendam a técnica aberta assistida por artroscopia ou a técnica totalmente artroscópica para fixação anatômica dos implantes. Ainda assim, são necessários estudos comparativos entre a técnica aberta e artroscópica.

Referências bibliográficas:

  • Miranda, I. & Lucas-García, F.J. & Carratalá, Vicente & Ferràs-Tarragó, Joan & Miranda, Francisco. (2021). Anatomic Reconstruction of the Triangular Fibrocartilage Complex for the Treatment of Chronic Instability of the Distal Radioulnar Joint. A Systematic Review. Revista Iberoamericana de Cirugía de la Mano. 49. e97-e104. 10.1055/s-0041-1736570. 

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