Reduções de natimortos e parto prematuro em mulheres vacinadas para covid-19

Um estudo avaliou a aceitação da vacinação contra covid-19 em gestantes e comparou os resultados perinatais das pacientes vacinadas.

O advento da pandemia trouxe aumento de riscos de algumas patologias já conhecidas em obstetrícia, como pré-eclâmpsia, partos prematuros, natimortos e aumento dos partos cesáreas. A própria gravidez é um fator de risco para a covid-19. 

A vacinação contra covid-19 aprovada para o uso em gestantes trouxe redução na prevalência dessas morbidades e mortalidade relacionada a covid-19. Apesar dos relatos de segurança já relatados, as gestantes ainda têm receios com relação a segurança e, portanto, tem alguma dificuldade de aceitação no uso da vacina. A prevalência de partos prematuros ainda permanece incerta na relação covid e parto prematuro.  

Diante desse cenário, um estudo recentemente publicado no American Journal of Obstetrics & Gynecology, em 3 de novembro, avaliou a aceitação da vacinação contra covid-19 em gestantes de Melbourne, Austrália, e comparou os resultados perinatais das pacientes vacinadas.  

febre intraparto

Métodos 

A avaliação retrospectiva incluiu gestantes atendidas em 12 maternidades de Melbourne, na Austrália, com gestações acima de 20 semanas no período de 1 de julho de 2021 a 31 de março de 2022. As gestantes foram divididas em grupos de vacinadas e não vacinadas avaliando dois desfechos: um primário, representado por taxas de natimortos e partos prematuros (induzidos ou espontâneos), e os secundários, representados pela pesquisa de anomalias congênitas em gestações de mais de 20 semanas. As taxas de admissão em UTIs neonatais e restrição de crescimento com peso abaixo do percentil 3 nas gestações acima de 24 semanas.  

Resultados 

Os resultados encontrados a partir de 32.436 nascimentos foram de 53,4% de mulheres vacinadas e 47,6% de não vacinadas. Entre as mulheres vacinadas estavam as gestantes mais velhas, nulíparas, não fumantes e de maior status socioeconômico. A vacinação trouxe redução nos partos prematuros antes de 37 semanas (p < 0,001), parto prematuro espontâneo (p=0,02) e parto prematuro iatrogênico (p< 0,001).  

A vacinação contra covid-19 durante a gravidez foi associada a uma redução de natimortos e parto prematuro, e não associada a nenhum impacto adverso no crescimento ou desenvolvimento fetal. A cobertura vacinal foi significativamente influenciada por determinantes sociais de saúde conhecidos.

Leia também: A vacina contra Covid-19 em gestantes pode levar a parto pré-termo ou baixo peso?

Mensagem prática 

Assim, devemos orientar as gestantes para que se vacinem contra covid-19, pois a vacina é segura e pode evitar morbidades materno-fetais futuras.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Hui L, Marzan MB, Rolnik DL, Potenza S, Pritchard N, Said JM, Palmer KR, Whitehead CL, Sheehan PM, Ford J, Mol BW, Walker SP. Reductions in stillbirths and preterm birth in COVID-19 vaccinated women: a multi-center cohort study of vaccination uptake and perinatal outcomes. Am J Obstet Gynecol. 2022 Nov 3:S0002-9378(22)00882-1. doi: 10.1016/j.ajog.2022.10.040. Epub ahead of print. PMID: 36336084; PMCID: PMC9632261.