Retrospectiva 2022: o que tivemos de novidade sobre a covid-19?

O manejo da covid-19, com destaque para novos tratamentos aprovados, e a vacinação tiveram evolução durante o ano de 2022.

Apesar de iniciada em 2020, a pandemia de covid-19 continua em andamento, com diversos países apresentando aumentos de casos. Avanços na vacinação e em tratamentos, contudo, contribuíram para a diminuição na gravidade da infecção.

Com o rápido avanço científico, o ano de 2022 trouxe algumas novidades em relação ao manejo da doença. Confira a seguir uma retrospectiva sobre covid-19!

mulher com covid-19 em 2022, usando máscara na janela

Novos tratamentos e indicações para covid-19

Além da aprovação de novos tratamentos, medicamentos previamente disponíveis também tiveram ampliação de sua indicação. A aprovação de fármacos com formulação oral é um passo importante, com possíveis impactos na terapêutica, devido a maior facilidade de administração.

Nirmatrelvir/ritonavir – opção para pacientes ambulatoriais

A combinação dos antivirais nirmatrelvir e ritonavir (Paxlovid®) foi incorporada no SUS e aprovada para comercialização em farmácias e para uso em hospitais privados do país.

A medicação está aprovada exclusivamente para o tratamento de pessoas com diagnóstico confirmado de covid-19 e que apresentem sintomas leves a moderados, sem necessidade de oxigênio, e com presença de fatores de risco para doença grave: imunocomprometidos com ≥ 18 anos de idade (conforme critérios utilizados para priorização de vacinação) ou pessoas com ≥ 65 anos. O tratamento deve ser iniciado até o 5º dia do início dos sintomas.

Paxlovid® não está autorizado para uso em pacientes com sintomas graves, como profilaxia pré ou pós-exposição, em gestantes ou em pacientes com insuficiência renal grave.

Baracitinibe – opção para pacientes hospitalizados

Baracitinibe é um imunomodulador com propriedades anti-inflamatórias e ação contra IL-6. No ano de 2022, foi aprovado no país como opção terapêutica para pacientes hospitalizados com covid-19 e que necessitem de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou de oxigenoterapia de alto fluxo, ou de ventilação mecânica não invasiva.

Remdesivir – novas indicações

O remdesivir é um antiviral que já havia sido aprovado no Brasil para o tratamento de covid-19 em adultos e adolescentes. Em 2022, a Anvisa ampliou a indicação do fármaco também para a população pediátrica. Após essa decisão, o remdesivir está aprovado no país para as seguintes indicações:

  • Indivíduos a partir de 28 dias e peso ≥ 3kg, com pneumonia necessitando de administração de oxigênio suplementar;
  • Crianças com ≥ 40kg e adultos sem necessidade de oxigenoterapia e que apresentem risco aumentado de Covid-19 grave.

Novas variantes

Um dos motivos para a manutenção da pandemia é o surgimento de novas variantes, que conseguem escapar a imunidade de indivíduos vacinados e previamente infectados, dificultando a interrupção da transmissão viral. Em 2022, a sublinhagem BQ.1 começou a circular mundialmente, já sendo a predominante em alguns países.

A sublinhagem BQ.1 é considerada uma variação da linhagem BA.5 da Ômicron, que apresenta algumas mutações em regiões-chave da proteína S, mas que não diferem o suficiente da linhagem principal para serem consideradas uma nova variante.

Especula-se que as novas mutações tenham conferido maior capacidade de escape do sistema imunológico, sendo responsáveis por um maior risco de reinfecções. Entretanto, até agora, não se encontram evidências de que haja aumento na gravidade da doença e nem de que haja comprometimento na proteção contra formas graves conferida pela vacinação.

Vacinação

O ano de 2022 também trouxe novidades no campo da vacinação, com aprovação de doses em diferentes faixas etárias e da incorporação de vacinas bivalentes.

Vacinas bivalentes

As vacinas bivalentes conferem proteção contra a cepa original e contra subvariantes da Ômicron, podendo ser de dois tipos, ambos da Pfizer: bivalente BA1 (contém a variante original e a variante Ômicron BA1) e bivalente BA4/BA5 (contém a variante original e a variante Ômicron BA4/BA5).

As novas vacinas estão aprovadas para administração em indivíduos a partir de 12 anos e devem ser aplicadas como doses de reforço, com intervalo de no mínimo três meses após finalização do esquema primário ou da última dose de reforço.

Esquemas vacinais e ampliação de faixa etária

Além da incorporação de vacinas atualizadas, com cobertura de novas cepas circulantes, o ano trouxe ampliação das faixas etárias que podem ser imunizadas. Com os diversos imunizantes autorizados no país, é possível cobertura vacinal a partir de seis meses de idade. As vacinas aprovadas para a população pediátrica, por faixa etária, estão resumidas a seguir:

  • 6 meses a 4 anos: Pfizer Baby (3 doses, com intervalo de 3 semanas entre a 1ª e a 2ª doses e de no mínimo 8 semanas entre a 2ª e a 3ª; administrada em crianças com comorbidades);
  • 3 a 4 anos: CoronaVac (2 doses, com intervalo de 28 dias), Pfizer Baby;
  • 5 a 12 anos: Pfizer pediátrica (2 doses, com intervalo de 21 dias), CoronaVac;
  • 12 a 17 anos: Pfizer (2 doses, com intervalo de 21 dias), CoronaVac.

Leia também: Ministério da Saúde libera vacina da Pfizer para crianças de 6 meses a 4 anos

Para adultos a partir de 18 anos, há a recomendação de esquema vacinal completo, com duas doses de reforço, com a segunda dose podendo ser administrada a partir de quatro meses após a primeira dose de reforço.

Indivíduos que receberam a primeira dose com o imunizante da Janssen devem receber três doses de reforço, com intervalo de dois meses entre a dose inicial e o primeiro reforço e de quatro meses entre os reforços seguintes. Para gestantes e puérperas, recomenda-se vacinação com Pfizer ou CoronaVac.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo