Síndrome ligada à Covid-19 é responsável por 46 óbitos de crianças e adolescentes no Brasil

O Brasil contou 736 casos e 46 óbitos de crianças e adolescentes pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica associada à Covid-19.

De 1º de abril de 2020 até 13 de fevereiro de 2021, o Brasil contabilizou 736 casos e 46 óbitos de crianças e adolescentes pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.

A SIM-P é uma rara resposta inflamatória, requer cuidados intensivos que, em casos graves, pode levar ao óbito. Os sintomas incluem alergia, problemas cardíacos e de coagulação no sangue, vômito, diarreia, dor abdominal, febre persistente, erupção cutânea, olhos vermelhos, inflamação e mau funcionamento de um ou mais órgãos.

O quadro clínico desta condição apresenta características semelhantes com a doença de Kawasaki e a síndrome do choque tóxico, e costuma se apresentar com inflamação sistêmica e sintomas gastrointestinais, evoluindo com complicações cardiovasculares e levando pacientes à falência múltiplas de órgãos e choque hemodinâmico.

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A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica pode se desenvolver em pessoas de 0 a 19 anos que tiveram Covid-19 previamente e que, inclusive, já estão curadas da enfermidade. A síndrome vem sendo registrada em uma minoria de crianças atingidas pela Covid-19 ao longo da pandemia. Ela também pode ter outras causas; os dados do Ministério Saúde são de casos que foram relacionados à infecção pelo novo coronavírus.

Síndrome ligada à Covid-19 é responsável por 46 óbitos de crianças e adolescentes no Brasil

Idades e gênero

As crianças de 0 a 4 foram as mais atingidas pela síndrome, com 42,53% dos casos. Em seguida, crianças de 5 a 9 anos, com 33,42%. Na faixa etária de 10 a 14 anos, com 21,06%, e adolescentes de 15 a 19 anos, com apenas 2,99%

Os casos entre os meninos foram mais frequentes que entre as meninas. E essa diferença aumenta com a idade até os 15 anos. O número de casos entre adolescentes de 15 a 19 anos foi quase o mesmo, independentemente do gênero.

De acordo com infectologistas, não existe ainda uma explicação concreta sobre a síndrome atingir mais os meninos. Os especialistas afirmam que serão necessários mais estudos para encontrar uma resposta para tal incidência.

Por estados

Os estados com mais casos SIM-P foram São Paulo (120), Pará (65), Ceará (64), Minas Gerais (62), Distrito Federal (57), Rio de Janeiro (56) e Bahia (56). Rondônia e Amapá não tiveram nenhum caso.

Óbitos

Dezessete estados registraram, pelo menos, um óbito pela SIM-P. No total, foram contabilizadas 46 mortes de crianças e adolescentes desde o início da pandemia. Pará (9), São Paulo (8), Rio de Janeiro (6), Paraná (3), Amazonas (3) e Bahia (3) foram os estados que registraram mais óbitos de crianças e adolescentes.

Estados Unidos

Ainda faltam informações globais de números de casos e óbitos pela síndrome, mas o Departamento de Saúde dos Estados Unidos (CDC) divulgou em sua mais recente atualização, no dia 1º de março, 2.617 casos de SIM-P com 33 óbitos.

A maioria dos casos ocorreu em crianças e adolescentes com idades entre 1 e 14 anos, com idade média de nove anos.

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Os casos ocorreram em crianças e adolescentes de < 1 ano de idade a 20 anos. Cerca de 60% dos casos relatados ocorreram em crianças hispânicas ou latinas (842 casos) ou negras, não hispânicas (746 casos). Outro dado revelado foi que 99% dos casos (2.591) testaram positivo para o novo coronavírus. O 1% restante estava perto de alguém com a Covid-19. Mais da metade (59%) dos casos notificados eram do sexo masculino.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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