Tratamentos para infertilidade e os surtos em pacientes com esclerose múltipla

Um estudo teve como objetivo avaliar a taxa de surto em um ano antes do tratamento para infertilidade em pacientes com esclerose múltipla.

Entender o impacto dos tratamentos para infertilidade na atividade da doença em pacientes com esclerose múltipla (EM) representa uma meta importante para neurologistas, para que possam orientar suas pacientes em idade reprodutiva que desejam engravidar. Embora as mulheres com esclerose múltipla tenham maior probabilidade de receber um diagnóstico de infertilidade, elas têm menor probabilidade de receber o tratamento para tal condição. Este artigo acrescenta uma coorte recente e relevante que pode ajudar a preencher esta lacuna de informações. 

Trata-se de estudo retrospectivo, os autores analisaram 124 ciclos de tratamento para infertilidade em 65 mulheres com EM (56) ou síndrome clinicamente isolada (9) usando dados de registros médicos eletrônicos de quatro centros terciários de EM nos EUA. Seu estudo teve como objetivo avaliar a taxa de surto em um ano antes do tratamento para infertilidade e três meses após o tratamento usando uma coorte multicêntrica e identificar fatores associados a um risco aumentado da recaída da doença. 

Saiba mais: Quais são os preditores de atividade de doença para esclerose múltipla?

Tratamentos para infertilidade e os surtos em pacientes com esclerose múltipla

Tratamentos para infertilidade e os surtos em pacientes com esclerose múltipla

Métodos 

A idade média no início do tratamento era de cerca de 36 anos, com uma duração da doença de aproximadamente oito anos. A maioria dos participantes era branca (78%), enquanto 11% eram negros, 9% eram asiáticos e 2%eram hispânicos. 

Os tratamentos incluídos neste estudo foram estimulação ovariana controlada seguida de transferência de embriões frescos (COS-ET), COS isolada, transferência isolada de embriões e indução oral da ovulação. Quarenta e três por cento da coorte também receberam terapias modificadoras da doença no momento dos tratamentos para infertilidade. 

Resultados 

O grupo relatou 61 casos de transferência COS-ET, 19 de COS isoladamente, 30 de transferência isolada de embriões e 14 ciclos de indução de ovulação. Após 80 ciclos com COS, apenas cinco surtos ocorreram entre quatro pacientes em três meses de tratamento. Os autores não encontraram diferença na taxa média de surtos nos anos antes e depois da COS (0,26 vs. 0,25, p = 0,37), com taxa de incidência de 0,95 (IC 95%: 0,52-1,76, p = 0,88). Nenhum dos ciclos com pacientes que receberam terapias modificadoras da doença durante a COS apresentou surto durante os três meses após o tratamento. Em pacientes usando ciclos COS-ET, os 43 pacientes que engravidaram mostraram uma diminuição nas taxas de surto anual de 0,26 para 0,09 ( p=0,04) no primeiro trimestre de gravidez. Nenhuma paciente em uso exclusivo de ET apresentou recidiva após três meses, e uma paciente apresentou surto após a indução ovariana. 

Leia também: Reiniciação da terapia modificadora da esclerose múltipla no pós-parto

Conclusão 

A descoberta mais importante é que nenhum dos pacientes em terapia modificadora da doença apresentou surto nos três meses após o tratamento para infertilidade. Mesmo diante das limitações inerentes de um estudo retrospectivo, ele evidencia informações importantes sobre um assunto diretamente relevante para vários pacientes com EM. 

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