Unicef: 1,6 milhão de crianças brasileiras não receberam vacina DTP

Diante dos dados, a Unicef avalia que o Brasil precisa investir para ampliar os percentuais de coberturas vacinais, inclusive a vacina DTP.

Cerca de 1,6 milhão de crianças brasileiras entre os anos de 2019 até 2021 não foram imunizadas com nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana (DTP), que iriam protegê-las contra difteria, tétano e coqueluche. Além disso, 700 mil receberam somente a primeira ou a segunda, deixando de tomar a terceira, contabilizando no total 2,4 milhões crianças com o ciclo vacinal incompleto. Os dados, do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), apontam ainda que o cenário se repete no caso da poliomielite.  

A entidade fez um alerta mundial e enfatiza que enfrentamos o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos – agravado pela pandemia de covid-19 – e cobra urgência na retomada das coberturas vacinais globais.  

Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do país atingiu somente a marca de 60% das crianças vacinadas, contra 95% em anos anteriores. Segundo o Unicef, os números do país fazem parte de um desafio global urgente.  

Saiba mais: Brasil não atinge meta de vacinação infantil com a tríplice bacteriana desde 2013

Unicef: 1,6 milhão de crianças brasileiras não receberam vacina DTP

Unicef: 1,6 milhão de crianças brasileiras não receberam vacina DTP

Confiança nas vacinas  

O relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação” (The State of the World’s Children 2023: For Every Child, Vaccination – disponível somente em inglês), lançado pela entidade, mostra que a percepção sobre a importância e a confiança nas vacinas infantis diminuiu em 52 dos 55 países pesquisados. No país, embora os índices continuem altos, houve queda de 10 pontos percentuais depois da pandemia.  

“Diferentemente dos resultados globais, no Brasil a queda de confiança foi mais acentuada entre homens maiores de 65 anos. Na maioria dos países pesquisados, a queda foi maior entre mulheres e pessoas abaixo de 35 anos”, destacou o Unicef.  

Como reverter o quadro 

De acordo com a Unicef, para vacinar cada criança é fundamental o fortalecimento da atenção primária à saúde e fornecer aos trabalhadores da linha de frente os recursos e o apoio de que precisam, em sua maioria mulheres.  

O relatório global apontou ainda que as mulheres que atuam na linha de frente da distribuição de vacinas recebem baixos salários, possuem empregos informais e enfrentam falta de treinamento formal e oportunidades de carreira, além de ameaças à sua segurança. 

O relatório está pedindo aos governos que: 

  • Identifiquem e alcancem urgentemente todas as crianças, especialmente aquelas que perderam a vacinação durante a pandemia de covid-19; 
  • Fortaleçam a demanda por imunização, inclusive construindo um vínculo de confiança; 
  • Priorizem o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde; 
  • Reforcem os sistemas de saúde, incluindo investimento e valorização de profissionais de saúde, em sua maioria mulheres. 

Leia também: Quais as vacinas recomendadas para a temporada de inverno?

Diante dos dados brasileiros, o Unicef avalia que o país precisa investir urgentemente para ampliar os percentuais de coberturas vacinais em todos os estados e municípios, em um esforço conjunto nacional para que todas as cidades retomam o patamar acima de 95% de cobertura vacinal de rotina, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).   

“Paralelamente, é urgente encontrar e vacinar cada uma das 1,6 milhão de crianças que ficaram para trás e não receberam nenhuma vacina contra pólio ou a DTP entre 2019 e 2021; e aquelas que perderam outras vacinas do calendário ou estão com doses atrasadas”, completou a entidade.  

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED. 

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