WCPGHAN 2021: prevenção da alergia alimentar

A alergia alimentar é uma condição cada vez mais frequente na população pediátrica. No WCPGHAN 2021 foi discutida a sua prevenção.

A alergia alimentar (AA) é uma condição que tem se tornado cada vez mais frequente na população pediátrica, com uma prevalência expressiva nos primeiros anos de vida, sendo mais comum a alergia proteína do leite de vaca (APLV) e a alergia ao ovo de galinha. Um forte fator preditivo de alergia alimentar é a presença de eczema. Esta manifestação clínica cutânea pode surgir cerca de 3,5 meses antes da manifestação alérgica ao ovo, por exemplo.

Em um palestra sobre AA no 6th World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition 2021 (WCPGHAN 2021), a pesquisadora Kirsten Beyer evidenciou duas hipóteses que poderiam justificar tal acontecimento, sendo uma a exposição cutânea a alérgenos alimentares gerando sensibilização e, a outra, a exposição oral aos alimentos, induzindo tolerância.

copo de leite, um dos mais comuns em alergia alimentar

Alergia alimentar

A palestrante ainda reforçou a não necessidade de uma dieta restritiva para as crianças com risco de desenvolvimento de AA, com base no guideline de 2014 da European Academy of Allergy and Clinical Immunology (EAACI), assim como não se deve expor essas crianças de forma intensa aos ditos alimentos altamente alergênicos, como ovo, leite de vaca ou amendoim, independente da história familiar positiva para atopia.

Afinal, o que podemos fazer?

Apesar de não ser uma realidade tão frequente no Brasil, decorrente dos nossos hábitos alimentares, a alergia ao amendoim é uma questão importante em diversos países, por isso Byer lembrou que a principal forma de prevenir efetivamente é introduzir esse alimento no momento adequado durante a introdução alimentar.

Como pediatras, o nosso papel frente a AA é desafiador, englobando todo o grupo familiar, gerando um impacto inclusive nas relações familiares. Por outro lado, o incentivo ao aleitamento materno é uma base sólida e que gera impacto na história natural da alergia alimentar, sendo este priorizado e incentivado desde a primeira hora após o nascimento.

É importante lembrar que não devemos recomendar o uso de probióticos, simbióticos e prebióticos, assim como suplementações vitamínicas para gestantes e/ou lactantes com o objetivo de prevenção de AA nos seus filhos.

Sobre a alergia ao ovo ela reforça que o alimento deve ser ofertado no momento da introdução alimentar, de forma bem passada e/ou cozida, evitando preparos crus ou mal passados.

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