A detecção do vírus HPV em amostras de mucosa oral em pacientes pediátricos

Estudo avaliou a sensibilidade da reação em cadeia da polimerase em detectar o HPV da mucosa oral em pacientes pediátricos.

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus de material genético DNA, com mais de 150 tipos diferentes já descritos, que pode levar ao desenvolvimento de variadas lesões de mucosa e pele. Dentre todos esses tipos, aproximadamente 13 estão associados às neoplasias, notadamente ginecológicas e cervicais.

Uma de suas formas de apresentação é a papilomatose laríngea, entidade que acomete mais crianças do que adultos (sua incidência, nos Estados Unidos, é estimada em 4,3 casos/100.000 crianças), com amplo espectro de manifestações clínicas.

As apresentações podem variar desde portadores assintomáticos, até ao desenvolvimento de lesões laríngeas verrucosas/papilomatosas de crescimento progressivo (mais associadas aos tipos 6 e 11 do HPV), o que, em estágios avançados, pode levar a uma obstrução de vias aéreas.

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A detecção do vírus HPV em amostras de mucosa oral em pacientes pediátricos

O estudo

Foi realizado um estudo com o objetivo de se avaliar a sensibilidade da reação em cadeia da polimerase – PCR (convencional e tempo real), em detectar o HPV da mucosa oral em pacientes pediátricos. Esse método é considerado o exame de eleição para a detecção de DNA viral, por ser altamente sensível para esse fim.

Para a detecção molecular do HPV, foram obtidas 49 amostras, de crianças (até 12 anos de idade), por meio de uma esfoliação da mucosa oral com o auxílio de uma escova estéril. Somente em um paciente, a amostra foi coletada diretamente da lesão.

Essas crianças, provenientes do ambulatório de otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), foram divididas em 2 grupos: as que tinham papilomatose laríngea diagnosticada clinicamente (n=8) e as que apresentavam outras condições clínicas (n=41) sem relação com a infecção pelo vírus.

Resultados

Em todos os 41 pacientes do grupo sem papilomatose laríngea, o resultado apresentado foi negativo para o DNA viral. Já das 8 amostras de pacientes sabidamente portadores da infecção, o material genético do HPV foi detectado em apenas uma (tanto pela PCR convencional, quanto pela PCR em tempo real).

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Essa única amostra positiva foi justamente a obtida pela esfoliação direta da própria lesão, o que sugere que a forma de coleta e o tipo de amostra podem influenciar na amplificação do material genético do HPV.

Mensagem prática

De acordo com dados do estudo, a sensibilidade do uso da reação em cadeia da polimerase, para a detecção do DNA do HPV em pacientes pediátricos com papilomatose laríngea clinicamente diagnosticada, foi baixa.

Nesse sentido, resultados falsos negativos podem ocorrer em proporções consideráveis e não devem, portanto, serem utilizados isoladamente para excluir o diagnóstico de papilomatose laríngea em crianças.

Embora haja a necessidade de estudos mais aprofundados, os dados apresentados mostram que a sensibilidade da PCR é diretamente influenciada pelo método e técnica de coleta empregados, localização anatômica da lesão, bem como pelo kit de extração utilizado na PCR.

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Referências bibliográficas:

  • Gama AR, et al. Detecção de HPV em amostras de mucosa oral em pacientes pediátricos. J. Bras. Patol. Med. Lab. 2021;57(1):1-5. doi: 10.5935/1676-2444.20210005.

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