A pílula anticoncepcional pode reduzir o risco de diabetes nos casos de síndrome dos ovários policísticos

Um artigo avaliou se o uso de anticoncepcional no contexto de SOP diminui o risco de desenvolvimento de diabetes. Saiba mais.

Sabemos de longa data que pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP) estão mais sujeitas ao desenvolvimento de câncer de endométrio, dislipidemia, hiperandrogenismo, obesidade, diabetes, e aumento do risco cardiovascular de uma forma geral.

Um dos grandes pilares terapêuticos se baseia no uso de anticoncepcionais combinados (ACO) que melhoram os achados de acne e hirsutismo, regularizam o ciclo menstrual, garantindo maior proteção endometrial, e otimizam o perfil lipídico.

anticoncepcional

Estudo sobre o uso de anticoncepcional

Nesse mês de outubro de 2021, um artigo publicado pela American Diabetes Association somou mais um ponto positivo para o uso do anticoncepcional no contexto de SOP: mulheres com a síndrome que usam ACO parecem ter um risco menor de desenvolvimento de diabetes, independente do índice de massa corporal (IMC). 

Os pesquisadores desenvolveram uma coorte e um estudo caso-controle a partir de um banco de dados de cuidados primários do Reino Unido, The Health Improvement Network (THIN), com uma amostra populacional de 3,7 milhões de pacientes de 787 diferentes clínicas.

O trabalho desenvolveu uma coorte de base populacional retrospectivo para determinar o risco de diabetes entre 64.051 mulheres com SOP e 123.545 sem a síndrome. Além disso, foi realizado um estudo de caso-controle farmacoepidemiológico para investigar o uso de ACO em relação ao risco de disglicemia, com um n de 2.407 mulheres com SOP com e sem diagnóstico de disglicemia.

Leia também: Mulheres com níveis mais altos de testosterona endógena têm risco para diabetes tipo 2?

As mulheres com SOP em uso de ACO tiveram um risco 26% menor de desenvolvimento de DM2

O estudo mostra-se como pioneiro em trazer essa evidência em uma robusta amostra populacional, e suas conclusões podem impactar de forma determinante na tomada de decisões terapêuticas a longo prazo na vida dessas mulheres. 

Os autores enfatizam que suas evidências são limitadas devido ao desenho retrospectivo e pelo uso de dados de prontuários eletrônicos coletados rotineiramente, o que não permite a exclusão do impacto do viés de prescrição por indicação.

Referências bibliográficas:

  • Kumarendran B, et al. Polycystic Ovary Syndrome, Combined Oral Contraceptives, and the Risk of Dysglycemia: A Population-Based Cohort Study With a Nested Pharmacoepidemiological Case-Control Study. Diabetes Care. 2021 Oct 14:dc210437. doi: 10.2337/dc21-0437. Epub ahead of print. PMID: 34649997.

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