Abordagem da cervicalgia (dor no pescoço) no pronto-socorro

Em pacientes mais velhos, a dor no pescoço (cervicalgia) pode ter origem discogênica por degeneração do disco intervertebral.

A cervicalgia (dor no pescoço) é uma queixa comum no pronto-socorro e pode ter como causas diferentes origens se levarmos em consideração a coluna cervical. A mais comum seria a causa muscular ou síndrome miofascial, causada geralmente por uma sobrecarga ou estímulo abrupto da musculatura paravertebral cervical 

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À medida que encontramos pacientes mais velhos, as outras causas podem aumentar em porcentagem, podendo ter a dor uma origem discogênica por degeneração do disco intervertebral. Geralmente é mal definida e insidiosa.   

Também seguindo essa linha podemos estar frente a uma dor facetaria, com origem nas articulações zigoapofisárias e que radiologicamente se apresentam como lesões degenerativas. Já a dor radicular geralmente segue um dermátomo afetando o membro superior podendo trazer déficit neurológico associado.  

A diferenciação com a coleta de história clínica e exame físico é importante nesses casos, a fim de estabelecer a hipótese diagnóstica mais provável. O paciente que chega à emergência pode referir dor no pescoço, em região escapular ou no ombro.  

No exame físico, o teste de distração e a manobra de Spurling são importantes nas avaliações de compressões radiculares, sendo pouco sensíveis e bastante específicos. O exame da força e sensibilidade do membro superior também é importante na avaliação inicial.  

Os exames de imagem têm pouca indicação no momento da emergência, quando não há história de trauma. Radiografias são indicadas em pacientes que retornam após um primeiro atendimento ou que apresentam outros red flags como diagnóstico ou possibilidade de neoplasia. A ressonância é importante para o seguimento do paciente no acompanhamento ambulatorial, mas raramente altera a conduta no momento da urgência.  

O objetivo da abordagem inicial é a redução da dor e contratura muscular lançando mão de anti-inflamatórios não esteroidais, relaxante muscular e analgésicos. Dependendo da severidade da dor, a via intravenosa é a indicada inicialmente, sendo complementada com a medicação oral para domicílio por cerca de uma semana. A dor cede de maneira gradual dentro dos primeiros dias, porém o paciente ainda pode referir um incômodo após a primeira semana.  

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Tão importante quanto à conduta adotada no momento da urgência é a orientação do acompanhamento ambulatorial com o especialista de coluna a fim de prosseguir a investigação com exames de imagens se necessários e indicar as mudanças de postura e atividades para evitar o aparecimento de novas crises. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Azar, FM et al., Campbell’s Operative Orthopaedics 13th edition Elsevier .