Com o objetivo de diminuir os índices de morbidade e mortalidade materna, é de suma importância rastrear pacientes com risco maior de desenvolver hemorragia pós-parto grave, para podermos prestar uma boa assistência materna.
Análise recente
Em novembro de 2022 foi publicado um artigo na Obstetrics & Gynecology, com objetivo de caracterizar os padrões de associação entre peso ao nascer e hemorragia pós-parto grave em gestações gemelares.
Os pesquisadores realizaram uma análise secundária da coorte JUMODA (JUmeaux Mode d’Accouchement), um estudo francês, prospectivo e de base populacional de partos gemelares, realizado entre fevereiro de 2014 a março de 2015. Os autores definiram o desfecho primário como hemorragia pós-parto grave, definida como uma hemorragia que requer pelo menos um dos seguintes: transfusão de 4 ou mais unidades de hemácias, embolização da artéria uterina, tamponamento uterino com balão, ligadura vascular, sutura uterina, histerectomia de emergência, internação para unidade de terapia intensiva, ou hemorragia pós-parto considerada grave pelo obstetra ou levando à morte materna. A exposição foi a soma dos pesos de nascimento dos dois gêmeos.
Achados e conclusão
Os pesquisadores analisaram um total de 8.373 pacientes. E a hemorragia pós-parto grave ocorreu em 4,5% (379/8.372, IC 95% 4,1–5,0), de 2,1% (15/722) para uma soma de pesos de nascimento de gêmeos inferiores a 3.000 g até 8,8% (12/136) para uma soma superior a 6.500 g. Na análise multivariada, a associação entre a soma dos pesos de nascimento dos gêmeos e a hemorragia pós-parto foi linear, com um risco relativo ajustado de 1,36 (95% CI 1,24–1,49) para cada aumento de 500 g no soma dos pesos de nascimento dos gêmeos.
Sendo assim os autores concluíram que em gestações gemelares, o risco de hemorragia pós-parto aumenta linearmente com a soma dos pesos de nascimento dos gêmeos.
Saiba mais: Cerclagem em gestações gemelares: indicação pelo exame físico
2 abr. 2024 
4 min. 
