Câncer cervical: qual é o melhor método para realizar a histerectomia?

A histerectomia para câncer cervical é realizada por via abdominal, vaginal ou laparoscopia. Alguns médicos preferem procedimentos minimamente invasivos, mas qual seria o melhor método? Descubra.

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O câncer cervical é uma neoplasia que acomete a parte interior do útero. Na maioria das vezes, a doença é causada pela infecção recorrente do vírus HPV. Geralmente as mulheres acometidas são assintomáticas, por isso há dificuldade de diagnosticar corretamente; em alguns casos há sangramento vaginal, dor abdominal, pélvica ou lombar. Nos estágios mais avançados, o tratamento do câncer de colo de útero inclui a histerectomia radical, que consiste na retirada do útero.

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A histerectomia pode ser realizada de três maneiras, por via abdominal, vaginal ou com laparoscopia. Alguns médicos preferem aplicar o procedimento por meio de métodos minimamente invasivos (MMI), como cirurgia laparoscópica ou com auxílio de um robô. Porém, não há evidências de que este tipo de cirurgia promove maior sobrevida à paciente em relação à cirurgia tradicional.

câncer cervical

Câncer cervical e histerectomia

Para atestar os benefícios do MMI, pesquisadores realizaram um estudo, randômico e multicêntrico de fase 3, entre 2008 e 2017; os resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine em novembro deste ano. O levantamento contou com dados de 33 centros médicos ao redor do mundo e selecionou 631 mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, com idade média de 46 anos.

As participantes foram divididas aleatoriamente em dois grupos. O primeiro passou por cirurgia minimamente invasiva (n=319); neste, 84,4% foram operadas por laparoscopia e 15,6% por robô-assistente. O segundo grupo passou por cirurgia por via abdominal. O tempo de follow up foi de 4,5 anos.

Os desfechos primários observados foram a cura clínica, recorrência do câncer ou morte da paciente após o término da análise.

Resultados

Ao final da pesquisa, a taxa de cura no grupo MMI foi de 85% e no grupo da histerectomia abdominal foi de 96,5%, uma diferença de -10,6% (IC 95% [−16,4 a −4,7]). O risco de ressurgimento do câncer ou morte no primeiro grupo em relação ao segundo foi maior (Hazard ratio 3,74; IC 95% [1,63 a 8,58]).

A taxa de sobrevivência também foi menor nas pacientes que passaram por cirurgia por MMI no terceiro ano de estudo em comparação às mulheres que receberam procedimento cirúrgico com histerectomia via abdominal (93,8% vs. 99%; HR para morte por qualquer causa 6,0; IC 95% [1,77 a 20,30]).

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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