Custo-utilidade de ambrisentana e sildenafil na HAP pediátrica

Foi realizado estudo com o objetivo de determinar o custo-utilidade da ambrisentana em relação ao sildenafil no tratamento de HAP pediátrica.

Apesar das crescentes evidências de eficácia, pouco se sabe sobre a ação da ambrisentana em diminuir custos e melhorar a classe funcional de pacientes pediátricos com hipertensão arterial pulmonar (HAP). Com o objetivo de determinar o custo-utilidade da ambrisentana em relação ao sildenafil no tratamento de crianças e adolescentes com HAP pediátrica, pesquisadores da Colômbia conduziram o estudo Ambrisentan for in pediatric pulmonary arterial hypertension: a cost-utility analysis Short running title: Ambrisentan cost-utility, publicado no periódico Pediatric Pulmonology. [1]

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Custo-utilidade de ambrisentana e sildenafil na HAP pediátrica

Metodologia

Um modelo de Markov foi usado para simular o custo e os anos de vida ajustados pela qualidade (QALYs) dos pacientes com HAP, tratados com ambrisentana ou sildenafil [1]. Nas ciências da saúde, os modelos de Markov são amplamente utilizados como ferramentas analíticas para avaliar doenças do ponto de vista econômico [2].

O caso base foi um paciente pediátrico com HAP (incluindo HAP idiopática, HAP associada a cardiopatia congênita, HAP associada a doença do tecido conjuntivo ou HAP associada a hereditária, capilarite pulmonar e displasia broncopulmonar), idade de 11 anos, peso médio de 30 kg, em classe funcional (CF) II da New York Heart Association (NYHA), tratado com inibidor de fosfodiesterase tipo 5. Os pesquisadores compararam dois tratamentos: ambrisentana (5 mg por dia diariamente) e sildenafil (20 mg por dia diariamente). De acordo com os autores do estudo, essa análise foi feita a partir de uma perspectiva social [1].

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O modelo de Markov do estudo tem quatro estados que representam a progressão da doença de CF II-III para CF-I ou CF IV ou óbito.  O paciente poderia transferir entre estados com base em mudanças no estado funcional. Em todos os estados, os pacientes poderiam permanecer no mesmo estado ou se mudar para outros. CF I e IV e óbito foram definidos como estados absorventes. A duração de cada ciclo de tratamento foi de 3 meses. O horizonte de tempo foi de 20 ciclos ou 5 anos no total.

Análises de sensibilidade múltipla foram conduzidas para avaliar a robustez do modelo. A relação custo-efetividade foi avaliada em um valor de disposição a pagar (WTP) de US$ 5.180.

Resultados

A análise do caso-base mostrou que, em comparação com o sildenafil, a ambrisentana foi associada a custos e QALYs mais altos. O custo anual esperado por paciente com ambrisentana foi de US$ 16,105 e com sildenafil foi de US$ 14,31. O QALYs por pessoa estimado com ambrisentana foi de 0,40, e para o sildenafil, foi de 0,39. A melhoria estimada na qualidade de vida e os custos reduzidos resultam em uma estimativa de dominância econômica do sildenafil sobre a ambrisentana [1].

Conclusão

O estudo mostrou que a ambrisentana não é custo-efetiva em relação ao sildenafil para tratar a HAP pediátrica na Colômbia, fornecendo evidências que devem ser usadas pelos tomadores de decisão para melhorar as diretrizes de prática clínica.

Comentários

Na prática clínica, no Brasil, é frequente o uso de sildenafil no tratamento da HAP, sendo os medicamentos ambrisentana e bosentana reservados em caso de falha primária, secundária ou contraindicação ao sildenafil, conforme preço negociado e protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde – Brasília, CONITEC, 2013.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • [1] Buendía JA, Patiño DG; Lindarte EF. Ambrisentan for in pediatric pulmonary arterial hypertension: a cost-utility analysis [published online ahead of print, 2023 Feb 16]. Pediatr Pulmonol. 2023 Feb 16. DOI: 10.1002/ppul.26361
  • [2] Sato RC, Zouain DM. Markov Models in health care. Einstein (São Paulo). 2010;8(3):376-379. DOI: 10.1590/s1679-45082010rb1567
  • [3] Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Ambrisentana e Bosentana para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar (HAP) na falha primária, secundária ou contraindicação da sildenafila. Brasília, DF: CONITEC. 2013. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/incorporados/ambrisentanabosentana-hap-final.pdf  (Acesso em: 19/02/2023).