ESC 2022: O uso de DAPT é seguro para pacientes com alto risco de sangramento após angioplastia?

Estudo observou que quando a DAPT ou monoterapia são prescritas, tendem a permanecer por mais tempo que o recomendado.

No estudo MASTER DAPT, pacientes com doença coronária aguda ou crônica e alto risco de sangramento submetidos a angioplastia com stents farmacológicos foram randomizados após um mês de dupla antiagregação (DAPT) pelo tempo habitual ou tratamento com monoterapia a partir desse primeiro mês.

Acompanhe a cobertura completa do ESC 2022

ESC 2022: O uso de DAPT é seguro para pacientes com alto risco de sangramento após angioplastia?

Características do estudo

O tratamento com DAPT foi não inferior para eventos líquidos e eventos adversos cardíacos ou cerebrovasculares maiores e associado a menor ocorrência de sangramento em 11 meses. Após esse período o tratamento mantido foi o tratamento habitual com os médicos dos pacientes. Alguns pontos do ponto são que foi um estudo aberto, com baixas taxas de eventos e só foi utilizado um tipo de stent.

A análise pré-especificada de 15 meses foi apresentada neste Congresso. Do total de pacientes, 2.205 fizeram uso de monoterapia precoce e 2.186 fizeram uso do tratamento habitual. Apesar da recomendação de suspensão da dupla antiagregação após 12 meses, mais de 15% dos pacientes foram mantidos com esse tratamento no grupo controle e no subgrupo de pacientes com anticoagulação oral (que tem indicação da suspensão dos dois antiagregantes após 12 meses) mais de 25% foram mantidos em uso de antiagregante concomitante.

O risco aumentado de sangramento ou ocorrência de sangramento prévio não influenciou na suspensão de DAPT ou monoterapia em pacientes em uso de anticoagulação concomitante e, ao contrário, isquemia clínica ou em exames pesou na escolha de prolongar a DAPT além de 12 meses.

Achados

Eventos clínicos adversos líquidos (mortalidade por todas as causas, IAM, AVC ou sangramento maior ou clinicamente relevante), ocorreram em 8,7% e 9,5% nos grupos com tempo de DAPT reduzido comparado ao convencional. Eventos cardiovasculares e cerebrais adversos maiores ocorreram em 6,9% e 7,4% respectivamente e sangramento maior ou clinicamente relevantes foi de 7,4% e 10,7% respectivamente (este último com p =0,0001).

Esse estudo viu que que quando a DAPT ou monoterapia são prescritas, tendem a permanecer por mais tempo que o recomendado. Isso pode explicar a consistência dos efeitos de tratamento do estudo e reforça a necessidade de a definição do tempo de tratamento ser bem clara. Além disso, reforça a necessidade de a avaliação do risco de sangramento pelos médicos dos pacientes para definir suspensão ou não de antiagregantes.

Como conclusão temos que o estudo confirmou a ausência de risco isquêmico e redução de sangramento de forma persistente além de um ano de seguimento nos pacientes com alto risco de sangramento submetidos a angioplastia que fizeram uso de DAPT por tempo reduzido. Sendo assim, para pacientes com alto risco de sangramento, o uso de DAPT por tempo reduzido parece ser seguro.

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