Estatinas associadas com risco reduzido de delirium em pacientes hospitalizados

Aproximadamente 20% dos idosos hospitalizados têm delirium, embora este estado não seja diagnosticado em, pelo menos, um de cada três casos.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O delirium ou estado de confusão mental é comumente definido como um transtorno mental orgânico temporário caracterizado por início agudo, nível de consciência alterado, curso flutuante e distúrbios na orientação, memória, atenção, pensamento e comportamento. Aproximadamente 20% dos idosos hospitalizados têm delirium, embora este estado não seja diagnosticado em, pelo menos, um de cada três casos.

É uma condição particularmente comum após a realização de cirurgia maior (50%), afeta a maioria dos pacientes em UTI e está associada a aumento da mortalidade e morbidade, taxa de admissão em instituições de cuidados prolongados, hospitalização prolongada, aumento das complicações pós-operatórias e piores resultados funcionais.

Um estudo observacional retrospectivo mostrou que a taxa de delirium em pacientes com estatinas, incluindo atorvastatina, pravastatina e sinvastatina, foi metade (ou menos) quando comparados com pacientes que não utilizaram estatinas. O estudo foi conduzido entre setembro de 2012 e setembro de 2015, e teve como objetivo examinar a associação entre o uso de estatina e o risco de delirium em pacientes hospitalizados com admissão na UTI.

Na população de pacientes antes do pareamento (n=6.664), um total de 1.532 pacientes (22,3%) foram diagnosticados com delirium, sendo 14,2% dos pacientes na coorte de estatina (n=2.777) e 28,1% dos pacientes na coorte de não-estatina (n=3,887).

Veja também: ‘Delirium – haloperidol é a melhor escolha para pacientes em cuidado paliativo?’

A idade média da população foi de 66,5 (desvio padrão: 15,9) anos. A maioria era do sexo masculino (53,5%) e a média do tempo de permanência hospitalar foi de 9,1 (desvio padrão: 9,8) dias.

Na população avaliada, a doença cerebrovascular foi prevalente (19,4%), mas muitos dos fatores predisponentes remanescentes para delirium foram raros, incluindo doença de Parkinson (0,8%), comprometimento funcional (0,9%), visão comprometida (1,5%), deficiência auditiva (1,8%) psicose ou dependência de drogas ou álcool (1,9%) e demência (0,9%).

O uso de estatinas foi associado a uma diminuição significativa no risco de delirium (odds ratio [OR]: 0,47; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,38 a 0,56). Considerando o tipo de estatina utilizada, atorvastatina (OR: 0,51; IC 95%: 0,41 a 0,64), pravastatina (OR: 0,40; IC 95%: 0,28 a 0,58) e sinvastatina (OR: 0,33; IC 95%: 0,21 a 0,52) foram significativamente associadas a uma frequência reduzida de delirium.

Portanto, o uso de estatinas foi associado de forma independente à redução do risco de delirium em pacientes hospitalizados. Ao considerar os tipos de estatinas utilizadas, esta redução foi significativa em pacientes com atorvastatina, pravastatina e sinvastatina. É recomendado que ensaios clínicos randomizados envolvendo vários tipos de estatinas sejam realizados em pacientes hospitalizados para validar seu uso em proteção contra delirium.

E mais: ‘Quais antibióticos causam delirium?’

Revisado por:

Referências:

  • Mather JF, Corradi JP, Waszynski C, Noyes A, Duan Y, Grady J, Dicks R. Statin and Its Association With Delirium in the Medical ICU. Crit Care Med. 2017 Sep;45(9):1515-1522. doi: 10.1097/CCM.0000000000002530.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades