FAST HUG: o que devemos saber na nossa primeira prescrição

Um dos desafios do interno e do residente de primeiro ano é fazer sua primeira prescrição. Carimbá-la então chegar a dar aquele “friozinho” na barriga.

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Um dos desafios do interno e do residente de primeiro ano é fazer sua primeira prescrição. Carimbá-la então, sem ninguém para revisar, chegar a dar aquele “friozinho” na barriga.

O mnemônico FAST HUG foi proposto há anos pelo grande intensivista Jean Louis Vincent. A ideia era ser utilizado para apoio nas visitas de terapia intensiva. Mas se adaptarmos a ideia original, vocês poderão ver como ela é importante nos pacientes da medicina interna de forma geral.

fast hug

Feeding

A primeira pergunta: seu paciente pode se alimentar? Devemos evitar ao máximo o jejum prolongado. Diversos trabalhos mostram que a nutrição precoce, em especial por via enteral, é capaz de melhorar o prognóstico. O jejum deve ser reservado nas horas que antecedem um exame ou cirurgia e nos pacientes muito graves, com dose alta de amina e/ou disfunção orgânica múltipla. Se a resposta à pergunta inicial foi “sim”, o próximo passo é escolher entre as vias enteral e parenteral. De modo muito simples: será parenteral apenas os pacientes incapazes de realizar a digestão pelo sistema gastrointestinal, face os riscos de infecção da NPT. Se a dieta for enteral, é preciso ainda decidir entre ingesta oral – pacientes acordados, capazes de mastigar e deglutir, e com apetite minimamente preservado – ou por sonda enteral.

Analgesia e Sedação

Na terapia intensiva, este é um item importante, pois a sedação excessiva aumenta o tempo de ventilação mecânica e o risco de complicações infecciosas. Claro que estes conceitos se aplicam na enfermaria. Mas aqui é preciso estar atento a dois outros fatores:

medicamento e sintomas

Dor: use a escala de EVA e adeque uma sequência lógica para os analgésicos. Pondere risco x benefício e lembre sempre de sua aula de anestesio: os analgésicos funcionam melhor se administrados regularmente e não apenas SOS.

Agitação: realize a profilaxia para delirium e monitore seu paciente. O primeiro sinal, em geral, ocorrerá à noite, com inversão do ciclo sono-vigília e/ou agitação. Veja em nossa reportagem como diagnosticar o delirum.

Prevenção Delirium

prevenção do delirium

Tromboprofilaxia

A melhor profilaxia é andar. Mas, infelizmente, doenças de base podem aumentar o risco de TVP (ex: câncer e pós-operatório) e/ou reduzir a deambulação. Nos pacientes sem contra-indicação, a heparina de baixo peso molecular será nossa principal ferramenta. Leia mais em nossa reportagem com conteúdo compartilhado do Whitebook!

Head of the Bed

Essa intervenção foi pensada como uma medida barata, simples e eficaz em reduzir a principal complicação infecciosa da hospitalização: pneumonia. Contudo, ela deve ocorrer no contexto do cuidado como um todo e pode envolver outros protocolos de prevenção, como da infecção urinária e do cateter venoso profundo. A tabela abaixo ilustra algumas medidas importantes no combate às infecções nosocomiais:

medidas importantes no combate às infecções nosocomiais

Ulcer Prophylaxis

Destinada inicialmente à prevenção da “úlcera de estresse”, tecnicamente “lesão aguda da mucosa gástrica”, foi posteriormente estendida para os cuidados com lubrificação da córnea (em pacientes comatosos) e prevenção da úlcera de decúbito (escara). As principais medidas protetoras estão descritas na tabela acima.

Glycemic control

A ideia deste parâmetro foram os trabalhos com controle intensivo da glicemia, com alvo < 110 mg/dl. Contudo, estudos posteriores mostraram que o controle tão rigoroso aumentava muito o risco de hipoglicemia e o desfecho final poderia piorar. Desse modo, a recomendação hoje é um alvo entre 80-140/180 mg/dl, com uso de insulina conforme o resultado. Veja mais dicas e orientações em nossa reportagem.

Veja também: ‘Carimbo na prescrição é obrigatório?’

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