Em um estudo publicado recentemente no International Journal of Gynecology & Obstetrics, o objetivo foi identificar os fatores de risco associados à lesão vesical durante as cirurgias de acretismo placentário.
Metodologia
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, realizado no Chain Sheba Medical Center, um centro terciário de Israel.
A população do estudo incluiu gestantes com diagnóstico de acretismo placentário submetidas à cirurgia conservadora ou histerectomia. Mulheres com e sem lesão vesical operatória foram comparadas por análise univariada seguida de análise multivariada.
Foi realizada uma subanálise de mulheres sem suspeita ultrassonográfica pré-operatória de invasão vesical.
Resultados
Foram incluídas 312 mulheres. A incidência de lesão vesical foi de 9,3% (n=29) e a cirurgia conservadora foi realizada em 267/312 (85,6%) dos casos.
O número de partos cesáreos anteriores e uma ultrassonografia pré-operatória suspeita de placenta percreta foram considerados fatores de risco independentes para lesão vesical intraoperatória (OR 1,30, p=0,019 e OR 5,23, p=0,002, respectivamente).
O número de partos cesáreos prévios e a suspeita ultrassonográfica pré-operatória de placenta percreta também estiveram associados à lesão vesical na subanálise (OR 1,30, p=0,044 para partos cesáreos anteriores e OR 3,36, p=0,036, para suspeita pré-operatória de lesão da bexiga].
Saiba mais: Fatores de risco para sangramento maciço em pacientes com espectro de placenta acreta
Conclusão
O número de partos cesáreos prévios e a suspeita ultrassonográfica de placenta percreta são fatores pré-operatórios que podem auxiliar no planejamento cirúrgico e no manejo intraoperatório de casos de acretismo placentário.