Fixação percutânea pélvica posterior pode gerar bons resultados nas lesões de anel pélvico?

Lesões de anel pélvico são causa de elevada morbidade e mortalidade em politraumatizados e, muitas das vezes, têm tratamento desafiador.

As lesões de anel pélvico são causa de elevada morbidade e mortalidade nos pacientes politraumatizados e são, muitas das vezes,  de tratamento desafiador. Apesar da redução fechada e fixação percutânea (RFFP) diminuir o tempo cirúrgico e reduzir a perda sanguínea, ela utiliza técnicas de redução indireta levando a um maior risco inerente de desvio com relação aos procedimentos abertos.

Estudos anteriores demonstraram piores resultados funcionais em pacientes com desvio residual > 1 cm.

O PROMIS (Patient-Reported Outcomes Measurements Information System) foi desenvolvido em 2004 com o objetivo de avaliar os resultados de cirurgias em diferentes áreas da ortopedia como artroplastias de quadril e joelho, coluna, mão, trauma, dentre outros. Entretanto, nenhum estudo até hoje associou tal medida com lesões de anel pélvico posteriores tratadas com RFFP.

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Fixação percutânea pélvica posterior pode gerar bons resultados nas lesões de anel pélvico

O estudo

Foi publicado no último mês um estudo no Journal of Orthopaedic Trauma com o objetivo de avaliar os resultados nos escores PROMIS de lesões de anel pélvico posteriores tratadas com RFFP, determinar o impacto da redução no resultado final e identificar fatores do paciente ou da lesão que indicam pior prognóstico. O estudo foi desenvolvido na Universidade de Washington e analisou dados retrospectivos de 46 pacientes acima de 18 anos com lesões de anel pélvico (OTA/AO 61- A, B, C) que foram submetidos a RFFP do anel pélvico posterior com ou sem fixação suplementar anterior entre 2014 e 2018.

Quando comparados os critérios de funcionalidade física, interferência da dor e ansiedade, ao final do follow-up houve melhora de todos os fatores em relação às primeiras medidas. Os pacientes foram divididos em 2 grupos (fixação posterior – P e fixação anterior e posterior – AP), para avaliação de grau inicial de desvio, qualidade da redução e escore PROMIS. Houve diferença estatística no grau inicial de desvio (5,94 mm AP vs. 3,65 mm P, P = 0,07) e no desvio crânio-caudal (4,69 mm AP vs. 2,68 mm P, P = 0,08).

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Nos pacientes estratificados para assimetria pélvica inicial (< 10 mm vs > 10 mm), desvio axial pós-operatório ( < 2 mm vs > 2 mm), desvio anterior e crânio caudal pós-operatório (< 2 mm vs > 2 mm) e rotação (< 5 mm vs > 5 mm), não houve diferenças significativas entre os grupos.

Conclusão

De acordo com os resultados do estudo, a redução fechada e fixação percutânea gera bons resultados funcionais e radiográficos, independentemente da redução não anatômica que é realizada nesse procedimento sob fluoroscopia. Entretanto, a amostra da pesquisa foi pequena, o que limita o poder das conclusões geradas.

Referências bibliográficas:

  • Obey MR, Buesser KE, Hofer EL, Miller AN. Effect of Percutaneous Posterior Pelvic Ring Reduction and Fixation on Patient-Reported Outcomes. J Orthop Trauma. 2022 Feb 1;36(Suppl 2):S17-S22. doi: 10.1097/BOT.0000000000002321.

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