Inibição da lactação no segundo trimestre com cabergolina

Um estudo avaliou a eficácia da cabergolina em diminuir os sintomas mamários após abortos ou perdas gestacionais de segundo trimestre.

Uma das questões que trazem dúvidas na prática obstétrica é qual a idade gestacional mínima que deveria ser prescrita a cabergolina para inibir a lactação no caso de abortos ou perdas de segundo trimestre. 

A lactogênese inicia-se por volta da 16ª semana de gestação e alguns trabalhos mostraram que sintomas mamários podem ser relatados desde a 14ª semana em casos de abortos. 

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Diante disso, um ensaio clínico randomizado foi publicado na revista Obstetrics and Gynecology por um grupo de cientistas americanos. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da cabergolina em diminuir os sintomas mamários após abortos ou perdas gestacionais de segundo trimestre. 

Metodologia 

Este foi um estudo duplo-cego, randomizado, comparando cabergolina (1 mg) dose única com placebo para prevenir ingurgitamento mamário após evacuação uterina no segundo trimestre.  

Foram recrutadas mulheres com 18–28 semanas de gestação que falavam inglês ou espanhol e sem contraindicação ao medicamento do estudo. As participantes completaram uma pesquisa eletrônica validada no início e em vários momentos até 2 semanas após o procedimento para avaliar os sintomas mamários e efeitos colaterais.  

O desfecho primário foi qualquer sintoma mamário (ingurgitamento, vazamento de leite, sensibilidade e necessidade de alívio da dor) no quarto dia. Além disso, um subgrupo de participantes retornou para dosar os níveis séricos de prolactina. 

Resultados 

Após a triagem de 150 pacientes de abril de 2021 até junho de 2022, foram analisadas 73 participantes. As características basais e sociodemográficas foram semelhantes entre os grupos: mediana de idade gestacional foi de 21 semanas (intervalo de 18 a 26 semanas) e 56,2% das participantes eram nulíparas 

Retornaram, no quarto dia, 69 participantes e pode ser observado que no grupo que fez uso da cabergolina relataram menos sintomas mamários em comparação com o grupo controle, que recebeu placebo (27,8% vs 97,0%, P 0,001) e menos relatos de incômodos significativo (2,8% vs 33,3%, P 0,001).  

A incidência relatada e gravidade do incômodo de efeitos colaterais foram semelhantes entre os grupos: os mais comuns foram constipação, fadiga e dor de cabeça. Os níveis séricos de prolactina foram semelhantes no início do estudo. No quarto dia, o nível médio de prolactina foi de 6,5 ng/mL para aquelas que receberam cabergolina e 18,0 ng/mL para aquelas que receberam placebo (P 0,049). 

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Conclusão 

Os autores concluíram que a cabergolina é um fármaco eficiente e bem tolerado para diminuir os sintomas mamários após perdas gestacionais de segundo trimestre. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Henkel, Andrea MD, MS; Johnson, Sarah A. MD; Reeves, Matthew F. MD, MPH; Cahill, Erica P. MD, MS; Blumenthal, Paul D. MD, MPH; Shaw, Kate A. MD, MS. Cabergoline for Lactation Inhibition After Second-Trimester Abortion or Pregnancy Loss: A Randomized Controlled Trial. Obstetrics & Gynecology 141(6):p 1115-1123, June 2023. | DOI: 10.1097/AOG.0000000000005190.