A população em situação de rua é extremamente vulnerável as ISTs. A negligência por parte do Estado fomenta a exclusão social e as políticas sociais parecem não alcançar essa população. Por ser um grupo heterogêneo que se caracteriza pela ausência de domicílio, vínculos familiares e vulnerabilidades diversas áreas, principalmente, saúde. A exclusão social, o preconceito e a marginalização, além do abandono do Estado, dificulta mais ainda que, pessoas em situação de rua possam sair de tal condição. A vivência nesse universo é complexa, fazendo com que a pessoa em situação de rua, fique vulnerável por precariedade alimentar, condições precárias de higiene, de condições térmicas local, e principalmente quanto ao abuso e violência. Além disso, medidas educacionais muitas vezes não chegam nesta população, o que aumenta ainda mais tal vulnerabilidade.
Indubitavelmente, pessoas em situação de rua são vulneráveis a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). As ISTs são doenças infecciosas onde a infecção acontece principalmente por meio do contato sexual desprotegido. A Organização Mundial da Saúde (OMS), reconhece que a população de rua é um dos grupos de maior vulnerabilidade. A causa acontece principalmente por meio de vírus e bactérias, geralmente se manifestando por meio de feridas, bolhas, verrugas, corrimento, mas na maioria das vezes assintomática, não podendo ser evidenciada. Por esse motivo, as ações de saúde tornam-se extremamente necessárias para que o ciclo de transmissão possa ser interrompido. As principais IST’s são: gonorreia, HPV (verrugas genitais), sífilis, clamídia, cancro, Hepatite, HIV e tantas outras. Além da relação sexual sem preservativo o compartilhamento de seringas e agulhas no uso de drogas injetáveis e a transmissão vertical são outras formas de transmissão.
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A vida sexual e as situações envolvendo abuso ou violência, sempre deve ter espaço no atendimento a pessoa em situação de rua. Em geral essa temática pode ser negligenciada, mesmo sendo uma condição muito viva nesse contexto e grupo social. Mulheres e crianças são grupos que devemos ter maior atenção, devido as vulnerabilidades. Estupros e relação sexual consentida sem o uso do preservativo, são comuns na rua. Assim, gravidez indesejada, e as ISTs acontecem com frequência nesta população.
Problemas comumente encontrados em moradores em situação de rua:
- Blenorragia;
- Sífilis;
- HIV;
- Condiloma;
- Cancro mole;
- Chato;
- Clamídia;
- Herpes.
O que podemos fazer enquanto profissionais de enfermagem?
- Compreender o território e suas vulnerabilidades;
- Acolher o usuário no seu território;
- Estabelecer vínculo com o usuário;
- Identificar os principais problemas de saúde;
- Fazer anamnese e exame físico, assim como entrevista psiquiátrica;
- Identificar fatores de risco para ISTs, além daqueles mencionados característico do processo de rualização, como por exemplo dependência química;
- Identificar se a pessoa possui parceiro fixo;
- Orientar quanto o uso da camisinha;
- Indicar e cadastrar o usuário no centro de referência;
- Identificar por meio de sorologia doenças como hepatites e HIV;
- Identificar problemas na pele, principalmente em áreas genitais e membros inferiores, se atentando com a sífilis ou outras doenças, assim como outros sinais de adoecimento;
- Observar comportamento adverso que pode ser causado pela violência
- Incluir o serviço social e outros profissionais como nutrição, psicologia e medicina no cuidado direto a pessoa em situação de rua;
- Criar um plano terapêutico singular e estabelecer locais adequados de cuidado.
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A população em situação de rua possui grande incidência e prevalência de hepatites virais, principalmente B e C, doenças bacterianas como a sífilis e a gonorreia ou blenorragia, assim como a infecção por clamídia. Por isso, é importante que se realize ações de cuidado visando a prevenção dessas doenças. E que, também, se faça o cuidado àqueles que já estejam com ISTs, evitando o adoecimento. Lembre-se ainda que o enfermeiro deve realizar cuidados e orientações multifatoriais.