Modelo estima o número ideal de ovócitos para fertilizar em reprodução assistida

Estudo criou ferramenta para responder quantos ovócitos devem ser colocados em contato com espermatozoides durante uma tentativa de FIV.

Quantos ovócitos devem ser colocados em contato com espermatozoides durante uma tentativa de FIV? Para responder a essa pergunta, devemos levar em consideração fatores como: idade da paciente e número de ovócitos que foram coletados. Mesmo em mulheres que oferecem uma boa quantidade recuperada de folículos, é desafiador estimar um número adequado de ovócitos para expor aos espermatozoides sem criar embriões em excesso, que não terão destino após congelação, ou que terão que ficar congelados por muito tempo. O objetivo final é ter um nascimento saudável e minimizar o número de embriões inutilizados.

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As tecnologias de reprodução assistida têm permitido casais gerarem seus filhos com um número cada vez maior de ciclos estimulados. Em 2019 foram 2,5 milhões de ciclos estimulados ao redor do mundo. A porcentagem de embriões únicos transferidos nos EUA passou de 18,2% em 2010 para 77,3% dos ciclos em 2019.

Em 2020, foi avaliado que existem 1.954.548 embriões criopreservados nos EUA entre 2004 a 2013. Desses, 1,2 milhões não serão transferidos. Isso traz custos para os casais que deverão manter a criopreservação indefinidamente, dúvidas, possibilidades de ovodoação, entre outros problemas. Assim, se o número de embriões pudesse ser melhor restrito, esses problemas seriam minimizados.

Modelo estima o número ideal de ovócitos para fertilizar em reprodução assistida

Análise recente

Um trabalho publicado no JAMA teve o propósito de desenvolver uma ferramenta de previsão para determinar quantos ovócitos devem ser expostos a esperma para criar embriões para conservar a chance de nascimento vivo (e minimizar o excesso de embriões). Foi utilizado um total de 410.719 ovócitos de 311.237 mulheres de 18 a 45 anos de idade, entre janeiro de 2014 a dezembro de 2019, envolvendo pesquisadores de Harvard, Cleveland e Massachusetts.

O estudo criou um fluxograma levando em consideração estratificação por idade e dia de transferência (terceiro ou quinto dia). De acordo com essa estratificação, foi avaliado quantos ovócitos devem ser submetidos aos espermatozoides.

 

A idade mediana (IQR) no início do ciclo de estimulação foi de 35 (29-32) anos e o número mediano (IQR) de ovócitos recuperados foi de 10 (6-17). Os quadros mais comuns de tratamento envolveram fatores ovulatórios e fatores masculinos de infertilidade. A maioria das transferências ocorreu no dia cinco ou mais tardiamente (73,2%), estando em sua maioria (69,7%) em estádio de blastocisto ou sendo congelados.

Conclusão

O resultado do estudo sugere que menos ovócitos podem ser utilizados para contato com espermatozoides do que se faz atualmente, com resultados satisfatórios com nascimentos únicos. Clique aqui e visite o site em que é possível utilizar a ferramenta final do estudo.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Correia KFB, Missmer SA, Weinerman R, Ginsburg ES, Rossi BV. Development of a Model to Estimate the Optimal Number of Oocytes to Attempt to Fertilize During Assisted Reproductive Technology Treatment. JAMA Netw Open. 2023;6(1):e2249395. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2022.49395