Novidade em tratamento oncológico testada na Europa pode entrar em uso até 2025

O novo tratamento oncológico irá utilizar feixes de elétrons para atingir tumores com até 20 centímetros de profundidade no corpo.

O tratamento oncológico foi descoberto através de uma pesquisa realizada pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) sobre elétrons que alcançam uma energia muito alta para atingir tumores profundos resistentes a terapias convencionais está sendo testado no Centro Hospitalar Universitário Vadois (CHUV) em Lausanne, na Suíça, com a previsão de que possa ser lançado até 2025.

A liderança do projeto é do Professor Jean Bourhis, que comanda um grupo cooperativo internacional, associado ao Laboratório Europeu para Física das Partículas (CERN), composto por 23 estados membros e o grupo ALCEN no desenvolvimento de um inovador aparelho de radioterapia denominado FLASH.

Usando a tecnologia desenvolvida pelo CERN, o novo tratamento irá utilizar feixes de elétrons de energia muito alta para atingir tumores com até 20 centímetros de profundidade no corpo, reduzindo custos e minimizando os efeitos colaterais, disse um comunicado.

O CHUV irá construir um bunker especializado para hospedar a máquina, que será produzida pela THERYQ, parte do consórcio industrial francês ALCEN. O uso de elétrons de alta energia no tratamento do câncer tem sido objeto de investigação científica na última década.

“A radioterapia é uma das principais formas de tratamento do câncer, junto com a quimioterapia, a cirurgia e a imunoterapia. Atualmente, um terço dos cânceres é resistente à radioterapia convencional”, disse o comunicado.

“É neste contexto que o chefe do departamento de oncologia de radiação do CHUV, professor Jean Bourhis, e sua equipe foram pioneiros no método de radioterapia FLASH, que produziu resultados impressionantes em estudos pré-clínicos em animais”, publicou  o portal EFE.

Ouça também: Novidades no tratamento do melanoma e o papel da imunoterapia [podcast]

Novidade em tratamento oncológico testada na Europa pode entrar em uso até 2025

Hospital

O Centro Hospitalar Universitário Vadois (CHUV) em Lausanne, na Suíça, sob a liderança do Professor Jean Bourhis, comanda um grupo cooperativo internacional, associado ao Laboratório Europeu para Física das Partículas (CERN), composto por 23 estados membros e o grupo ALCEN no desenvolvimento de um inovador aparelho de radioterapia denominado FLASH. Este equipamento será destinado ao tratamento de tumores resistentes aos tratamentos convencionais com radioterapia. O equipamento em fase de desenvolvimento será instalado no CHUV a partir de 2025, quando ensaios clínicos terão início.  Seu programa de desenvolvimento se deu graças a uma doação de 28 milhões de dólares da Fundação de Pesquisas Suiça, a ISREC Foundation.

O que dizem os especialistas brasileiros

Na opinião do radioncologista do Hospital Marcos Moraes e do Grupo Oncoclínicas, Bernardo Pinatti, a tecnologia FLASH é muito promissora e apresenta resultados bastante interessantes de diminuição de toxicidade nos tecidos saudáveis, uma vez que permite uma boa redução na dose de radiação prescrita.

“A totalidade dos efeitos do uso da tecnologia FLASH ainda está sendo estudada, mas sabe-se que a eficácia do tratamento tem ampla relação com a atuação de radicais livres de oxigênio, que potencializam os efeitos da radiação, por este motivo, ao usarmos essa tecnologia, podemos usar doses de radiação menores, mantendo os mesmos efeitos. Essa redução da dose sobre os tecidos saudáveis, nos permite visualizar novas potências terapêuticas, uma vez que, como é sabido, a capacidade de morte da célula tumoral está relacionada diretamente à dose de radiação entregue. Virtualmente, não existe célula que resista a dose alta de radiação, nosso limitante atual é conseguir entregar a dose alta no tumor, não lesionando os tecidos saudáveis de modo que comprometa a vida do paciente. Por esse motivo, alternativas de tratamento que permitam entregas de doses mais altas, com menor toxicidade são tão importantes. Contudo, é importante ressaltar que a incorporação dessa tecnologia ainda está longe da prática clínica, tanto pelo alto custo, quanto pela necessidade de aprimoramento e criação de protocolos clínicos que testem essa tecnologia em pacientes para comprovar sua eficácia teórica”, explicou Bernardo Pinatti, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

Saiba mais: Nova radioterapia contra tumores apresenta preservação de tecido saudável

No entanto, o profissional ressalta que embora a tecnologia FLASH seja promissora em vários estudos in vitro e in vivo, a mesma ainda está bem longe do uso clínico corriqueiro. “Mas ficamos felizes e otimistas em ver evoluções no cuidado da saúde e no potencial de cura dos nossos pacientes”, acrescentou o radioncologista.

O radioncologista do Grupo Oncoclínicas, Miguel Torres Teixeira Leite, considera que o desenvolvimento do FLASH abre novas fronteiras quanto ao emprego da radioterapia, permitindo tratamentos ultra rápidos com doses bem localizadas. “Contudo, seu emprego na prática clínica ainda depende de estudos clínicos e de sua real viabilidade econômica”, ponderou em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

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