Obesidade ultrapassa tabagismo como principal causa de câncer

O novo estudo mostra que a obesidade está causando 1.900 casos a mais de câncer de intestino do que aqueles causados pelo fumo.

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O novo estudo da Cancer Research UK mostra que a obesidade está causando 1.900 casos a mais de câncer de intestino do que aqueles causados pelo fumo, e mais 1.400 casos de câncer de rim. Além disso, problemas de peso estão sendo responsáveis por mais 460 casos de câncer de ovário, em comparação com aqueles causados pelo tabagismo, e mais 180 casos de câncer de fígado.

A nova pesquisa descobriu que os níveis recordes de obesidade entre as gerações mais jovens devem dobrar o número de cânceres relacionados ao peso dentro de duas décadas, a menos que sejam tomadas medidas para mudar a dieta da Grã-Bretanha.

médico medindo circunferência do paciente com obesidade

Obesidade versus tabagismo em números

A obesidade e o sobrepeso causam 22,8 mil novos casos de câncer por ano, enquanto o tabagismo está por trás de 54,3 mil. No entanto, nos quatro tipos de câncer destacados, o excesso de peso é o motivo mais frequente.

Dos 42 mil novos casos de câncer de intestino, a obesidade e o sobrepeso são a causa de 4.800, enquanto o fumo responde por 2.900. Nos rins, de um total de 12,9 mil, o excesso de peso causa 2.900, enquanto o fumo, 1.600.

No fígado, a obesidade ou excesso de peso são a causa de 1.300 dos 5.900 novos casos, enquanto o cigarro estava por trás de 1.200. E, nos ovários, entre os 7.500 casos, o excesso de peso causa 490 casos por ano, enquanto fumar, 25.

No Brasil, estima-se que 15 mil casos de câncer por ano poderiam ter sido evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade. De acordo com um estudo epidemiológico realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em colaboração com a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, esse número deve crescer até 2025 para 29 mil.

Mas, enquanto as taxas de tabagismo estão diminuindo, as de obesidade estão aumentando. Hoje, cerca de um terço dos adultos do Reino Unido são obesos, enquanto 15% são fumantes.

Entre os brasileiros, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 9,3% pessoas fumam enquanto 18,9% estão obesas.

Como o excesso de peso aumenta o risco de câncer

Embora a ligação entre obesidade e câncer esteja bem estabelecida, os mecanismos biológicos por desta ligação ainda não são totalmente compreendidos.

Células de gordura produzem hormônios extras e substâncias químicas conhecidas como fatores de crescimento que levam as células do corpo a se dividirem com mais frequência. Isso aumenta a chance de células cancerígenas serem produzidas. É preciso deixar claro que estar acima do peso ou obeso não significa que uma pessoa desenvolverá câncer, mas aumenta o risco.

A Cancer Research UK está entre os mais de 40 grupos de saúde que pedem ao governo da Grã-Bretanha a proibição de anúncios de junk food na TV e online antes das 21 horas, bem como ofertas de dois por um em alimentos e bebidas não saudáveis. Vale ressaltar que a ligação entre obesidade e câncer foi constatada apenas em adultos.

“A situação da obesidade no Reino Unido é preocupante, assim como em qualquer país do mundo. A incidência de doenças hoje relativas à obesidade é alarmante. Todas as doenças associadas à obesidade têm aumentado a incidência porque tem aumentado a população de obesos. Muito maior do que a população de fumantes ou de outros fatores que levam à enfermidade. Portanto, os resultados dessa pesquisa é um sinal vermelho para a população mundial tratar a obesidade o mais rapidamente possível”, alerta Cid Pitombo, cirurgião especialista em obesidade.

Na opinião do médico é preciso urgentemente fazer uma campanha de conscientização sobre os graves malefícios da obesidade. “Nós, médicos, estamos devendo à sociedade uma campanha com um enfoque maior a essas doenças, assim como foi realizada sobre a importância do uso do cinto de segurança ou a questão do tabagismo no país. Temos que encarar a obesidade como uma doença gravíssima com consequências gravíssimas que podem levar à morte”, conclui Cid Pitombo.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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