Para OMS, doença causada pelo novo coronavírus pode se tornar endêmica

Assim como o HIV, o novo coronavírus pode nunca desaparecer, se tornando endêmico. Esse foi o alerta da OMS durante uma teleconferência em Genebra.

Assim como o HIV, o novo coronavírus pode nunca desaparecer, se tornando endêmico. Esse foi o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante uma teleconferência em Genebra, na Suíça, realizada no dia 13 de maio.

O diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, ressaltou que é muito difícil prever quando a doença será vencida e que ainda que não existe garantia de que o fim do confinamento, que foi aderido por muitos países, não gere uma segunda onda de contágios.

A perspectiva de que o novo coronavírus se torne endêmico é porque não será uma enfermidade que vai reduzir os casos e acabar nos próximos meses. “É uma doença que vai ter um pico, reduzir e estabilizar num certo número de casos, de tanto em tanto tempo, de uma maneira regular”, diz Michael Ryan.

Mas o que mudaria no dia a dia das pessoas, caso o novo coronavírus se tornasse endêmico?

A resposta depende da maneira que o vírus evoluir. Caso ele se torne um vírus atenuado, voltaríamos a viver como antigamente. Mas tudo depende da criação de uma vacina. Sem uma cura, teremos que continuar nesse ambiente de quarentena ou de isolamento social. E mesmo com o surgimento de uma vacina, ainda levaria um tempo para que essa imunização se espalhasse pelo mundo.

Mais de 100 possíveis vacinas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo, incluindo diversas em ensaios clínicos, mas isso ainda requer tempo e muitos testes.

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Letalidade

A OMS estima que 3,4% dos pacientes venham a óbito por causa da Covid-19. Este índice foi recentemente revisado para cima pela entidade, que antes apontava uma taxa de letalidade de cerca de 2%.

Ainda assim, é uma proporção bem menor do que a registrada nos surtos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), em que 10% e 35% dos pacientes vieram a óbito, respectivamente.

Brasil

De acordo com os resultados de um estudo coordenado pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), a taxa de crescimento da disseminação da Covid-19 no Brasil está entre os 25% piores países do planeta e o aumento da letalidade é o pior da América Latina.

A análise técnica comparou os dados de taxas de crescimento da enfermidade e de letalidade entre os dias 14 de abril a 4 de maio no país, que correspondem ao período entre os dias 33 e 53 da epidemia.

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Segundo os pesquisadores, comparados com os dados do período equivalente em outros 40 países, as taxas no Brasil são muito preocupantes. As taxas de crescimento da epidemia brasileiras o colocam entre os dez piores países (25% piores do total de 40) no dia 53 da doença.

“No período pesquisado, era esperado a diminuição da taxa de crescimento, mas isso não aconteceu no Brasil”, diz o estudo.

Em comparação com os países da América do Sul, o Brasil está em primeiro lugar na taxa de letalidade e em segundo em crescimento.

“Em crescimento da doença, o Brasil perde apenas para o Peru. No entanto, este país, apresenta baixas taxas de letalidade como resultado do alto índice de testagem e, em consequência, a mais baixa taxa de subnotificação entre os países estudados”, diz a análise.

Ainda conforme a análise, o Uruguai é o país sul americano com as menores taxas de crescimento e com o maior controle da enfermidade.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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