Progesterona vaginal em gestações gemelares para prevenir prematuridade 

Revisão avaliou a eficácia da progesterona vaginal na prevenção de parto prematuro e resultados perinatais adversos em gestações gemelares.

O risco de parto prematuro gemelar é elevado, por esse motivo, diversos estudos têm esse tema como foco. Há alguns anos, o uso de progesterona via vaginal para gestantes de gemelares faz parte de protocolos assistenciais por todo o mundo.  

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Progesterona vaginal em gestações gemelares para prevenir prematuridade 

Novo estudo e métodos 

Em maio de 2023 foi publicada uma revisão sistemática e metanálise no American Journal of Obstetrics & Gynecology, com o objetivo de avaliar a eficácia da progesterona vaginal na prevenção de parto prematuro e resultados perinatais adversos em gestações gemelares, em pacientes assintomáticas. 

Resultados 

De acordo com os autores, entre todas as gestações gemelares, não houve diferenças significativas entre a progesterona vaginal e placebo ou nenhum grupo de tratamento no risco de parto prematuro até 34 semanas (RR, 0,99; IC 95%, 0,84–1,17; evidência de alta qualidade), até 37 semanas (RR, 0,99; IC 95%, 0,92–1,06; evidência de alta qualidade) e abaixo de 28 semanas (RR, 1,00; IC 95%, 0,64–1,55; evidência de qualidade moderada) e parto prematuro espontâneo abaixo de 34 semanas de gestação (RR, 0,97; IC 95%, 0,80–1,18; evidência de alta qualidade).  

Importante ressaltar que entre as gestações gemelares com comprimento cervical ultrassonográfico transvaginal abaixo de 30 mm, a progesterona vaginal foi associada a uma diminuição significativa no risco de parto prematuro ocorrendo em menos de 28 e 32 semanas gestacionais (RRs , 0,48–0,65; evidência de qualidade moderada a alta), morte neonatal (RR, 0,32; IC 95%, 0,11-0,92; evidência de qualidade moderada) e peso ao nascer < 1.500 g (RR, 0,60; IC 95%, 0,39 -0,88; evidência de alta qualidade).  

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Conclusão e mensagem prática 

Os autores concluíram que a progesterona vaginal não previne o parto prematuro, nem melhora os resultados perinatais em gestações gemelares não selecionadas. Contudo, pode reduzir o risco de parto prematuro ocorrendo em idades gestacionais precoces e de morbidade e mortalidade neonatal em gestações gemelares com colo ultrassonográfico curto. Apesar de ser amplamente utilizada na prática clínica, ainda existe a necessidade de mais estudos que comprovem sua eficácia e nos mostre que realmente pode fazer parte do protocolo a prescrição de progesterona vaginal para gestantes de gemelares assintomáticas.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Agustin Conde-Agudelo, Roberto Romero, Anoop Rehal, Maria L. Brizot, Vicente Serra, Eduardo Da Fonseca, Elcin Cetingoz, Argyro Syngelaki, Alfredo Perales, Sonia S. Hassan, Kypros H. Nicolaides, Vaginal progesterone for preventing preterm birth and adverse perinatal outcomes in twin gestations: a systematic review and meta-analysis, American Journal of Obstetrics and Gynecology, 2023,ISSN 0002-9378, https://doi.org/10.1016/j.ajog.2023.05.010.