Proporção de assintomáticos entre infectados com SARS-CoV-2: Revisão sistemática e meta-análise

De forma a avaliar a percentagem de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2, foi conduzida uma ampla revisão sistemática e meta-análise.

A atual pandemia da Covid-19, síndrome associada à infecção por SARS-CoV-2, continua sem perspectiva de controle a curto prazo. Sabe-se que um dos fatores que contribuem significativamente para a manutenção da circulação da partícula viral nas populações são as infecções assintomáticas, às quais consistem em fontes potenciais de transmissão. Tais indivíduos apresentam a infecção pelo coronavírus mas não desenvolveram os sintomas ou apresentam manifestações clínicas mais tardiamente. Com o avanço dos métodos de diagnóstico para a detecção de SARS-CoV-2 e maior acessibilidade aos testes, têm sido possível rastrear mais precisamente os infectados que não exibem sintomas evidentes e permitir uma maior vigilância quanto ao controle das cadeias de transmissão viral, entendendo o papel dos assintomáticos.

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assintomáticos

Estudo sobre proporção de assintomáticos

De forma a avaliar a porcentagem de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2, Ma e colaboradores (2021), do departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Escola de Saúde Pública, Universidade de Peking, Beijing, China, publicaram recentemente no jornal científico Journal of the American Medical Association (JAMA) Network uma ampla revisão sistemática e meta-análise. Os estudos transversais, de coorte, estudos de caso e séries de caso foram avaliados quanto a descrição do número de infecções assintomáticas entre as populações testadas e confirmadas para a infecção por SARS-CoV-2.

Metodologia

A meta-análise sobre assintomáticos foi conduzida seguindo a metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). As bases de dados foram PubMed, EMBASE, e ScienceDirect sem restrição de língua utilizada na publicação. Os termos utilizados na pesquisa incluíram COVID-19, coronavirus, SARS-CoV-2, asymptomatic transmission, asymptomatic infection, asymptomatic proportion, asymptomatic case, asymptomatic cases, asymptomatic contact, asymptomatic ratio, asymptomatic people, asymptomatic patients, e asymptomatic patient.

Dos 2860 obtidos na seleção inicial, noventa e cinco estudos publicados foram incluídos, com a contabilização de 29.776.306 indivíduos submetidos à testagem laboratorial para a detecção de SARS-CoV-2, sendo 11.516 assintomáticos. A percentagem de infecções assintomáticas reunidas nos estudos entre os indivíduos rastreados consistiu de 0,25% (IC 95%, 0,23-0,25%), com taxas mais elevadas entre residentes ou servidores de lares de idosos – 4,52% (IC 95%, 4,15-4,89%), viajantes aéreos ou por cruzeiros – 2,02% (IC 95%, 1,66-2,38%) e gestantes – 2,34% (IC 95%, 1,89-2,78%). A percentagem de infecções assintomáticas entre os indivíduos confirmados por reação de polimerização em cadeia (PCR) foi de 40,50% (IC 95%, 33,50-47,50%), com predominância entre gestantes (54,11%), seguido de viajantes aéreos e de cruzeiros e residentes ou servidores de lares de idosos.

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Considerações

Tais achados reforçam a necessidade de testagem em massa da população para a vigilância constante de fontes potenciais de transmissão de SARS-CoV-2 de forma a favorecer o controle adequado das infecções pelo coronavírus nas comunidades. Por outro lado, desconhece-se o potencial transmissor a partir dos assintomáticos, mas alguns estudos sugerem que a carga viral em vias aéreas superiores nessa categoria de pacientes é comparável àquela em pacientes sintomáticos. De maneira semelhante, a maior densidade viral é descrita em swabs de orofaringe no início dos sintomas ou previamente ao aparecimento das manifestações clínicas.  

Mais informações e detalhes sobre o estudo realizado podem ser observados na referência abaixo.

Referências bibliográficas:

  • Ma Q, Liu J, Liu Q, et al. Global Percentage of Asymptomatic SARS-CoV-2 Infections Among the Tested Population and Individuals With Confirmed COVID-19 DiagnosisA Systematic Review and Meta-analysisJAMA Netw Open. 2021;4(12):e2137257. doi:10.1001/jamanetworkopen.2021.37257

 

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