Quais os fatores de risco para a incapacidade de redução das luxações do ombro sem o uso de sedação?

Embora as luxações do ombro sejam comuns, o procedimento de redução costuma ser difícil, muitas vezes exigindo sedação ou anestesia.

Embora as luxações glenoumerais anteriores sejam comuns, o procedimento de redução costuma ser difícil, muitas vezes exigindo sedação ou anestesia. Até o momento, os fatores de risco para falha na redução sem sedação não foram totalmente investigados. 

Um estudo publicado em fevereiro de 2021 foi realizado com o objetivo de esclarecer os fatores preditivos que dificultam a redução da luxação glenoumeral anterior sem sedação por meio de análises multivariadas.

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Quais os fatores de risco para a incapacidade de redução das luxações do ombro sem o uso de sedação?

Características do estudo

Trata-se de um estudo retrospectivo avaliando uma amostra de 156 pacientes submetidos à tentativa de redução da luxação glenoumeral anterior entre 2006 e 2019. Os pacientes foram incluídos com base nos seguintes critérios: luxações traumáticas, tentativa de redução usando o método de tração-contra-tração e luxações agudas em que a redução foi tentada em 2 dias da lesão. A variável dependente foi definida como luxação glenoumeral irredutível sem sedação, que foi definida como falha de redução neste estudo. 

As variáveis ​​explicativas incluíram idade, sexo, lado da lesão, luxação recorrente, lesão do nervo axilar, tempo desde a luxação até a tentativa de redução, fratura da tuberosidade maior, fratura do colo do úmero, fratura da borda da glenoide e osteoartrite glenoumeral. Os dados avaliados através da análise de radiografias e registros clínicos de bases hospitalares.

Análises univariadas e multivariadas foram realizadas. Variáveis ​​de linha de base, que foram observadas como significativas na análise univariada, foram incluídas em modelos multivariados, que usaram regressão logística para identificar preditores independentes de falha de redução.

Resultados encontrados

Dos 156 pacientes, 25 (16,0%) apresentaram falha na redução. As análises multivariadas mostraram que a idade avançada (≥ 55 anos) (OR = 3,4; p = 0,036), fraturas da tuberosidade maior (OR = 3,6; p = 0,033) e fraturas da borda da glenoide (OR = 11,5; p= 0,018) foram fatores de risco para falha na redução.

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Os resultados deste estudo sugerem que múltiplos fatores estão associados à redução malsucedida da luxação glenoumeral anterior sem sedação. Em pacientes idosos ou pacientes com fraturas concomitantes da tuberosidade maior e fraturas da borda da glenoide, a falha da redução pode ocorrer na ausência de sedação; portanto, a administração de sedativos ou anestésicos deve ser considerada nestes pacientes.

Referências bibliográficas:

  • Furuhata R, Kamata Y, Matsumura N, Kono A, Morioka H. Risk factors for failure of reduction of anterior glenohumeral dislocation without sedation. J Shoulder Elbow Surg. 2021 Feb; 30(2):P306-311. doi:10.1016/j.jse.2020.06.005

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