A primeira fase do trabalho de parto chamada dilatação começa com as primeiras contrações efetivas e termina com a dilatação total de dez centímetros. Na maioria das vezes o início do trabalho de parto é espontâneo e natural, entretanto, nos EUA, um quarto das vezes são necessários métodos mecânicos ou farmacológicos para iniciar o trabalho de parto. Situações como distúrbios do líquido amniótico, alterações de crescimento fetal, diabetes ou hipertensão, ou ainda aspectos sociais e psicológicos podem ser fatores considerados para início da indução do parto. A idade gestacional e a maturidade pulmonar fetal devem ser sempre avaliadas antes de se iniciar a indução.
No International Journal of Gynecology & Obstetrics neste final de setembro um estudo comparou o uso de um método mecânico (sonda de Foley transcervical) com misoprostol sublingual e o uso de misoprostol sublingual isolado para indução de parto em gestações com pré-eclâmpsia entre 28 e 34 semanas.
Métodos
As pacientes foram randomizadas num hospital no sul da Índia em dois grupos: o primeiro recebia misoprostol sublingual e a sonda de Foley para indução do parto. O segundo grupo recebendo apenas misoprostol para indução. Ambos os grupos tinham a indicação pela pré-eclâmpsia. Os desfechos avaliados foram parto vaginal em até 24 horas, intervalo de indução até o parto e morbimortalidade neonatal.
Resultados
O parto vaginal dentro de 24 horas após início de indução foi maior no grupo combinado (cateter de Foley e misoprostol) com 60% vs 41.4%, p=0.028. As taxas de partos vaginais foram semelhantes entre os grupos, ou seja, não houve necessidade de conversão para cesariana em maior número. Os desfechos neonatais também foram semelhantes entre os grupos.
Conclusão
O estudo concluiu que o uso de uma sonda de Foley (indução mecânica) com misoprostol sublingual (indução farmacológica) foi mais eficiente para ultimar o parto vaginal em 24 horas do que o uso isolado de misoprostol em gestações de 28 a 34 semanas com pré-eclâmpsia.
2 abr. 2024 
4 min. 
