Resultados da denervação seletiva para rizartrose

A rizartrose é extremamente comum, com prevalência estimada em 15% dos pacientes acima de 30 anos e 85% em pacientes entre 71 e 80 anos.

A rizartrose é extremamente comum, com prevalência estimada em 15% dos pacientes acima de 30 anos e 85% em pacientes entre 71 e 80 anos. Isso se deve às cargas repetitivas que a articulação é submetida com atividades da vida diária e o diagnóstico é feito baseado em sintomas, exame físico e radiografias. O tratamento inicial dessa patologia é conservador, com analgésicos, anti-inflamatórios, ortetização e até infiltração com corticoesteroides.

Leia também: Qual a diferença nos resultados dos métodos de tratamento das fraturas do terço médio da clavícula?

Entretanto, muitas das vezes o tratamento cirúrgico é necessário e pode ser realizado de uma série de maneiras diferentes (artroscopia, trapeziectomia, suspensoplastia, interposição de tendão, artrodese…) que estão associadas à melhora da dor e função, além de possíveis complicações como ruptura tendinosa, afrouxamento, falha de implante e instabilidade carpal. Somado a isso, esses pacientes são submetidos a um período de imobilização e recuperação prolongados, que pode atrasar o retorno ao trabalho e atrapalhar nas atividades diárias.

Resultados da denervação seletiva para rizartrose

O estudo

Foi publicado recentemente no Journal of Hand Surgery Global Online um estudo desenvolvido no Johns Hopkins Hospital que avalia os resultados após 5 a 7 anos de follow-up da denervação seletiva (cutâneo lateral do antebraço, cutâneo palmar do mediano e ramo sensitivo radial para articulação CMC do polegar).

Foram encontrados retrospectivamente 12 pacientes submetidos à denervação seletiva entre abril de 2015 e janeiro de 2017 e avaliados com 3 semanas, 6 meses, 1, 2 e 5 anos de pós-operatório. Os pacientes submetidos aos procedimentos foram imobilizados por apenas 3 dias. Os desfechos de interesse foram resolução da dor, escore de Kapandji de mobilidade da CMC e presença ou ausência pós-operatórias de hipoestesia, parestesia ou dor neuropática.

A denervação foi segura, com menor tempo de inatividade do que a trapeziectomia com reconstrução ligamentar com interposição de tendão e proporcionou alívio completo ou parcial da dor após 5 anos em 5 de 9 pacientes. Quatro dos 9 pacientes tiveram recorrência da dor em 5 anos. Daqueles com dor recorrente, 3 de 5 acabaram sendo submetidos a trapeziectomia com reconstrução ligamentar e interposição de tendão; a cirurgia secundária ocorreu entre 17 e 66 meses após a denervação.

Saiba mais: Enxerto ósseo autólogo ou sintético no tratamento de fraturas do platô tibial?

Conclusões

Há várias limitações no estudo. É uma pequena série de casos com seguimento de longo prazo, há inconsistências entre os pacientes nos pontos de dados pré e pós-operatórios que foram medidos e em como os dados foram obtidos. Além disso, os resultados de interesse no estudo original, ou seja, a resolução da dor e dormência, não foram medidos usando medidas de resultados validadas relatadas pelo paciente.

No entanto, os resultados limitados deste estudo mostram que muitos pacientes que foram submetidos a denervação CMC para osteoartrite CMC sintomática do polegar ainda experimentaram resolução quase completa ou completa da dor até 5 anos de pós-operatório sem perda notável de funcionalidade relatada pelo paciente. Futuros estudos prospectivos com medidas de resultados objetivas e relatadas pelo paciente validadas entre diferentes braços de tratamento, como denervação versus LRTI, são necessários para estabelecer firmemente o papel da denervação de CMC para pacientes com osteoartrite de CMC do polegar sintomática.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Suresh V, Frost CM, Lifchez SD. Selective Thumb Carpometacarpal Joint Denervation for Painful Arthritis: Follow-Up of Long-Term Clinical Outcomes. Journal of Hand Surgery Global Online, 2022. DOI: 10.1016/j.jhsg.2022.02.005.

Especialidades