Quer acessar esse e outros conteúdos na íntegra?
Cadastrar GrátisJá tem cadastro? Faça seu login
Faça seu login ou cadastre-se gratuitamente para ter acesso ilimitado a todos os artigos, casos clínicos e ferramentas do Portal PEBMED
Os quadros de vaginose bacteriana acometem uma grande quantidade de mulheres (15 a 50% mulheres em idade reprodutiva). Sua recorrência também é importante (até 75% podem apresentar recorrência nos 3 primeiros meses após tratamento).
Além do desconforto representado pelo odor e presença da leucorreia e comprometimento da prática sexual, há os gastos com medicamentos. As infecções por Gardnerella também elevam o risco de ISTs como HIV, partos prematuros, e ainda podem deixar sequelas no trato genital feminino. Incidência e recorrência elevadas tornam necessárias medidas ou medicamentos para prevenir a recorrência.
Disbiose vaginal recorrente
Em um estudo duplo cego, randomizado, controlado por placebo, publicado no último dia 14, no NEJM, 228 mulheres de 18 a 45 anos de idade foram selecionadas e randomizadas na proporção de 2:1 em dois grupos. No primeiro grupo (152 pacientes) elas receberam um preparado com Lactobacillus crispatus CTV-05 (Lactin V) na tentativa de prevenir as recorrências, após tratamento de vaginose bacteriana com metronidazol gel vaginal. O grupo 2 (formado por 76 pacientes) recebeu placebo para servir de grupo controle após o tratamento com metronidazol gel vaginal também.
As pacientes foram avaliadas com swabs vaginais e clinicamente nas semanas 4, 8, 12 e 24 após administração de Lactin V ou placebo.
O trabalho demonstrou que o preparado com lactobacillus foi eficiente em prevenir recorrências após as 12 semanas (RR de 0,73). Observou ainda que mesmo após 12 semanas de aplicação ainda notou-se presença do lactobacillus em 80% das pacientes. Após 24 semanas do uso ainda conseguiu-se obter a presença de lactobacillus em quase 50% das pacientes.
As pesquisas anteriores utilizando metronidazol e probióticos tinham um número pequeno de pacientes em relação a esse trial bem consistente.
Mais do autor: Proposta FIGO para atendimento de gestantes durante a pandemia da Covid-19
Conclusão
A literatura é bastante rica em sugestões para prevenir vaginoses recorrentes, tais como o uso de metronidazol associado a miconazol, metronidazol associado a ácido bórico e agora com probióticos. A manutenção de um bioma vaginal saudável é o grande objetivo para deixar a mulher livre o mais rápido possível da vaginose bacteriana e, o mais importante ainda, prevenir recorrências tão frequentes e desagradáveis em seu dia a dia.
Para mais informações sobre condutas das vaginoses bacterianas, você pode baixar o Whitebook!
Autor(a):
Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) – departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente – SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente – SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina
Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena – SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena – SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).
Referências bibliográficas:
- Cohen CR et al. Randomized trial of Lactin-V to prevent recurrence of bacterial vaginosis. N Engl J Med 2020 May 14; 382:1906. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1915254