Uso de preservativos e anticoncepcionais entre estudantes de ensino médio nos Estados Unidos

De acordo com questionário realizado nos Estados Unidos, o uso de preservativos entre estudantes sexualmente ativos do ensino médio aumentou.

De acordo com o questionário Youth Risk Behavior Survey (YRBS) realizado nos Estados Unidos, o uso de preservativos entre estudantes sexualmente ativos do ensino médio aumentou ligeiramente em 2019, entretanto, houve uma tendência de declínio desde 2003. Os dados foram divulgados no Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

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Pesquisa revela índice de uso de preservativos e anticoncepcionais entre estudantes

Método do questionário sobre uso de preservativos

A prevenção da gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis (DST), incluindo a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) entre adolescentes, é uma prioridade de saúde pública. Os comportamentos avaliados no YRBS incluíram qualquer uso de preservativo, uso de método anticoncepcional primário e uso de preservativo associado a um método anticoncepcional mais eficaz, todos relatados na última relação sexual. As análises foram limitadas a estudantes sexualmente ativos, isto é, aqueles que tiveram relações sexuais com uma ou mais pessoas durante os 3 meses anteriores à pesquisa. Os estudantes que relataram apenas contato sexual com um parceiro do mesmo sexo foram excluídos das análises, exceto para qualquer uso de preservativo.

As estimativas de prevalência ponderada foram calculadas e as diferenças bivariadas na prevalência foram avaliadas por:

  • Características demográficas: sexo, raça/etnia e série;
  • Outros comportamentos sexuais de risco: idade de iniciação sexual, número de parceiros sexuais na vida e nos 3 meses anteriores e uso de substâncias antes da última relação sexual.

Os resultados descritos entre os estudantes foram:

  • 27,4% dos alunos do ensino médio relataram ser sexualmente ativos (n = 3.226);
  • Dentre os alunos que relataram ser sexualmente ativos, cerca de metade eram mulheres (52,2%) e brancas (52,3%); aproximadamente 1/3 estava no 12º ano (36,9%);
  • Em relação aos comportamentos sexuais de risco entre os estudantes sexualmente ativos, 7,0% tiveram relação sexual pela primeira vez antes dos 13 anos (3,0% de todos os entrevistados YRBS relataram ter tido relações sexuais pela primeira vez antes dos 13 anos); 26,9% tiveram relações sexuais com ≥ 4 pessoas durante a vida (8,6% de todos os entrevistados YRBS relataram ter tido relações sexuais com ≥ 4 pessoas durante a vida); 20,5% tiveram relações sexuais com ≥ 2 pessoas durante os 3 meses anteriores; e 21,2% consumiram álcool ou drogas antes da última relação sexual;
  • Entre os alunos sexualmente ativos que relataram ter tido contato sexual com alguém do sexo oposto (n = 2.698), a maioria dos alunos (89,7%) havia usado preservativo ou método anticoncepcional primário na última relação sexual;
  • A prevalência de qualquer uso de preservativo na última relação sexual foi de 54,3%, e os preservativos foram o método contraceptivo primário mais prevalente: 43,9% contra 23,3% para pílulas anticoncepcionais; 4,8% para dispositivo intrauterino (DIU) ou implante; e 3,3% para injeção, patch ou anel;
  • Aproximadamente 9% usaram preservativos associados ao uso de DIU, implante, injeção, adesivo, anel ou pílulas anticoncepcionais;
  • O uso de nenhum método de prevenção de gravidez foi mais comum entre estudantes negros não hispânicos (23,2%) e hispânicos (12,8%) em comparação com estudantes brancos não hispânicos (6,8%).

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Algumas limitações do YRBS foram descritas: (1) o relato de estudantes do sexo masculino sobre o uso de anticoncepcionais de suas parceiras pode não ser preciso; (2) distinguir a finalidade pretendida do uso do preservativo em relação à gravidez e à prevenção de DST/HIV não é viável; (3) o uso de preservativo com um método anticoncepcional mais eficaz pode ser subestimado porque os entrevistados só puderam selecionar um método de prevenção da gravidez na última relação sexual; (4) as estimativas de contracepção altamente e moderadamente eficaz poderiam ser subestimadas se os entrevistados considerassem uma opção menos eficaz, como preservativos ou coito interrompido ou algum outro método, como seu método anticoncepcional primário usado na última relação sexual; (5) como o sexo do último parceiro sexual não foi avaliado, a amostra analítica pode incluir alunos com parceiros do mesmo sexo na última relação sexual para os quais a prevenção da gravidez não é necessária.

Conclusão sobre o uso de preservativos por estudantes

Segundo os pesquisadores, a vigilância nacional contínua permanecerá sendo importante para compreender os efeitos da saúde pública e das abordagens clínicas na população para prevenir a gravidez indesejada e DST/HIV entre os jovens. Questões não resolvidas como, por exemplo, o papel dos homens jovens no uso de preservativos e anticoncepcionais, barreiras e facilitadores para a integração da gravidez e prevenção de DST/HIV e estratégias eficazes para lidar com disparidades, incluindo diferenças raciais/étnicas, devem ser abordadas. Dessa forma, esses dados, em conjunto, podem ser usados para melhorar o uso de preservativos e anticoncepcionais para todos os adolescentes sexualmente ativos.

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