A campanha de vacinação contra a mpox começa nesta semana a ser aplicada em todo o território nacional, segundo informou a secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Neste primeiro momento, a imunização vai focar em grupos de risco para as formas graves da doença, como pessoas que vivem com HIV/aids e profissionais de saúde que atuam em locais de exposição ao vírus.
Com 46 mil doses disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para o uso na população, o esquema de vacinação tem indicação de duas doses por cada pessoa. Sendo assim, o Ministério da Saúde ressaltou no informe que foi distribuído aos estados e municípios que os serviços de vacinação deverão garantir o esquema completo à população-alvo.
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Vale destacar que os indivíduos que já foram diagnosticados com a mpox ou apresentaram uma lesão suspeita no momento da vacinação não deverão receber a dose da vacina, chamada de Jynneos/Imvanex.
Ainda segundo o documento, essa população-alvo seguirá as seguintes recomendações:
No caso da vacinação pré-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses;
- Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus (a família do vírus da monkeypox) em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.
Já no caso da vacinação pós-exposição ao vírus, receberão as doses:
- Indivíduos que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Vacinação ainda não começou pelo país, com envio de poucas doses para alguns estados
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) emitiu uma nota comunicando que vai fazer uma busca ativa pelo grupo de pessoas indicado para receber o imunizante.
A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, afirmou em entrevista ao jornal Metrópoles que o imunizante não será disponibilizado amplamente nas unidades básicas de saúde (UBSs), como acontece em outras campanhas de vacinação, mas sim com busca ativa do público-alvo. A aplicação pode ocorrer, inclusive, diretamente nos locais onde os pacientes fazem tratamento de saúde. Os endereços ainda serão definidos pela SES-DF.
Servidores da pasta passarão por treinamento para aplicar o imunizante contra a Mpox para manipular as doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde sem risco de perdas técnicas.
Já em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde recebeu nesta segunda-feira (13/3) 3.800 doses de vacina contra a enfermidade, mas ainda não há previsão de quando os municípios vão começar a receber as doses para vacinar a população.
No Piauí apenas chegaram 127 doses na manhã desta terça-feira (14/3), de acordo com a Coordenação de Imunização, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).
O Paraná recebeu o primeiro lote de vacinas também nesta terça-feira, com 981 doses no total.
Seis meses após a aprovação do imunizante
Em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso da vacina. A medida tinha validade de seis meses, mas quando o prazo esgotou em fevereiro, a pedido do Ministério, a agência prorrogou a dispensa de registro para que a pasta importe e utilize no país o imunizante, fabricado pela empresa Bavarian Nordic A/S..
O imunizante é destinado a adultos com idade igual ou superior a 18 anos e possui prazo de até 60 meses de validade, quando conservado entre -60°C e -40°C. A prorrogação da dispensa temporária e excepcional é válida por mais seis meses e se aplica somente ao Ministério da Saúde.
No segundo semestre de 2022, foram adquiridas através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e importadas pelo governo federal 49 mil doses da vacina, que não foram utilizadas até então. Desse número, 46 mil doses chegaram e estão à disposição da pasta.
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Números da mpox no país
No Brasil, conforme os últimos dados disponíveis, foram notificados 50.803 casos suspeitos para mpox. Destes, 10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados.
Entretanto, desde setembro do ano passado, o número de casos no país está em declínio considerável. A curva epidêmica dos casos confirmados e prováveis teve a sua maior frequência registrada no período de 17 de julho a 20 de agosto.
27 mar. 2024 
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