Uma importante função atribuída ao enfermeiro é o papel de liderança e na gestão da unidade na qual está inserido. Para Castro e Oliveira (2019), o líder é aquele que através do exemplo é capaz de influenciar e com isso obter a motivação da equipe para alcançar resultados almejados, cabendo a este impulsionar, delegar e preparar sua equipe para atingir metas e lidar com imprevistos.
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Aplicação no Centro Cirúrgico
Martins et al (2021) afirmam que especialmente dentro do centro cirúrgico, devido a grande complexidade dos processos correlacionados, é importante que o enfermeiro tome posse de suas habilidades gerenciais como por exemplo a resolução de conflitos, tomada de decisão de forma prática e análise das práticas da enfermagem.
Alguns fatores extrínsecos inerentes da rotina do setor podem dificultar o desenvolvimento do enfermeiro quanto líder no centro cirúrgico. Silva et al (2019) destacam a relação, por vezes conflituosa, do enfermeiro com a equipe de enfermagem e os demais membros da equipe multiprofissional, exigindo destes profissionais o exercício da resiliência e constante aprimoramento profissional.
Deve-se evidenciar que o enfermeiro de centro cirúrgico tem suas tarefas permeadas por atividades de gestão, dentre elas o fluxo de pacientes, equipamentos, materiais especiais e produtos para a saúde (PPS). Entretanto, conforme estudado por Madrid, Kotekewis e Glanzner (2020), o estilo de gestão adotado pode influenciar a segurança dos processos, sendo importante destacar junto às equipes a importância da comunicação uma vez que esta é uma constante fonte de atritos.
O que fazer?
Para Medeiros (2018), a educação continuada in loco pode ser a chave na condução de temas ligados a conflitos interprofissionais já que, conforme este e os demais estudos consultados, este é sem dúvida o principal fator estressor e que dificulta a atuação do enfermeiro como gestor e líder. Medeiros (2018) por outro lado também destaca que manter um grupo de trabalho coeso e qualificado, boas parcerias de trabalho e participação ativa da do gestor setorial, facilitam a atuação do enfermeiro como líder.
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Martins e Dall’Agnol (2016) também atribuem ao conhecimento científico uma maneira eficaz de estratégia gerencial. Para os autores fica claro que, em um ambiente onde as relações interdisciplinares são o maior desafio do enfermeiro como líder, o conhecimento técnico científico é grande aliado, pois contribui para que o profissional tome posse de sua liderança e tenha voz em meio às equipes.
Miranda (2018) também corrobora os casos acima estudados ao afirmar que estamos inseridos em uma era de reconstrução de saberes e que isso contribui para o desenvolvimento da autoestima e desempenho profissional, garantindo que exista maior segurança mediante do confronto de episódios desgastantes na rotina de trabalho diária.