O aleitamento materno é recomendado de forma exclusiva até os seis meses de vida do bebê, e de maneira complementada com outros alimentos até no mínimo os dois anos. Essa prática confere inúmeros benefícios não só a dupla mãe e bebê, como também à toda a sua família e à sociedade. Os benefícios se estendem a curto, médio e longo prazo e incluem fator de proteção contra inúmeras doenças e alergias, baixo custo, estimulação do desenvolvimento craniofacial do bebê, fortalecimento do vínculo, etc.
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Entretanto, é bastante comum que famílias encontrem dificuldades em estabelecer a amamentação nos primeiros dias de vida do bebê e apresentem intercorrências como ingurgitamento mamário, traumas mamilares, dor ao amamentar, mastite, obstrução de ductos lactíferos, dentre outras. A avaliação clínica, manejo e acompanhamento de um profissional de saúde é fundamental nesses casos, uma vez que essas intercorrências, podem inclusive comprometer o sucesso do aleitamento materno e provocar um desmame precoce do bebê.
A consulta de enfermagem as famílias com dificuldades no aleitamento materno deve ser realizada contemplando a formulação de uma anamnese e exame físico detalhados para identificação da causa da intercorrência e diagnósticos de enfermagem. É como base nessas informações que o enfermeiro deverá traçar o plano de cuidados individualizado para cada caso.
Laserterapia
Dentre os cuidados de enfermagem e estratégias disponíveis para manejo das intercorrências na amamentação, atualmente temos a opção da Laserterapia de baixa intensidade (LBI). Esse recurso é uma estratégia não invasiva que se baseia na aplicação de luz a partir de ondas eletromagnéticas vermelhas ou infravermelhas, para produzir efeitos biológicos no organismo. Os feixes luminosos, LASER (Light Amplification by Stimulatedo Radiation) de baixa intensidade são absorvidos pelos tecidos e provocam bioestimulação ou bioinibição celular, de acordo com a dose aplicada.
Doses baixas bioestimulam mitocôndrias e consequentemente produzem maior quantidade de trifosfato de adenosina (ATP), gerando menor consumo de oxigênio e acelerando atividades celulares que já estão geneticamente programadas, como cicatrização por exemplo. Doses altas fazem bioinibição celular, sendo um grande exemplo a diminuição dos níveis de prostaglandinas e interleucinas beta, elevação dos níveis de serotonina e endorfina e consequente redução da dor.
A cerca do comprimento de onda, o laser vermelho é capaz de atingir tecidos superficiais, acelerando processo de cicatrização, bem como laser infravermelho atua em tecidos profundos realizando ações de analgesia, redução de edema e efeito anti-inflamatório.
Nessa perspectiva, as indicações de laserterapia de baixa intensidade na amamentação é bem ampla, contemplando a cicatrização dos traumas mamilares e reparo tecidual, redução da dor associada à amamentação, redução do edema nos casos de ingurgitamento mamário, estimulação de glândulas mamárias para aumento da produção de leite. Também está indicado para tratamento de candidíase mamária quando associado à Terapia Fotodinâmica com fotossensibilizador azul de metileno.
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O uso de laserterapia de baixa intensidade está contraindicado para pessoas que possuem marca-passo ou qualquer implante eletrônico no organismo, sobre tecidos infeccionados, lesões que ainda não possuam diagnóstico de sua etiopatogenia, lesões oncológicas. Também está contraindicada a aplicação diretamente próxima ao abdome para gestantes e para pessoas que possuam glaucoma.
Mensagem final
A laserterapia frente ao manejo de intercorrências na amamentação tem se mostrado uma grande aliada, principalmente no que tange ao alívio da dor e aceleração do processo de cicatrização e reparação tecidual dos mamilos. Entretanto é necessário que ela esteja associada ao manejo clínico adequado da amamentação e todos os cuidados necessários em cada caso. Além disso, ela somente pode ser utilizada por enfermeiros que estejam capacitados e tenham certificação para utilizar essa tecnologia. Por fim, outro aspecto que pode limitar o seu uso é o investimento no aparelho que pode ser custoso para o profissional que atua de forma autônoma.