AAS em dose baixa pode ser ineficaz em pacientes obesos ou com sobrepeso

Usar uma dosagem global de AAS pode não ser eficaz como profilaxia primária de eventos cardiovasculares, indica um novo artigo do Lancet.

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Usar uma dosagem global de AAS pode não ser eficaz como profilaxia primária de eventos cardiovasculares, devido a subdosagem de pacientes obesos ou com sobrepeso e superdosagem de pacientes com menor massa corporal, indica um novo artigo do Lancet, publicado em julho.

Para esse estudo, pesquisadores analisaram, através de dados individuais de pacientes, os efeitos modificadores do peso corporal e altura sobre os de doses baixas (≤100 mg) e altas (300 a 325 mg ou ≥500 mg) de aspirina em ensaios randomizados de AAS na prevenção primária de eventos cardiovasculares.

No total, 10 ensaios clínicos fora selecionados, com 117.279 participantes. O peso corporal mediano variou de 60,0 a 81,0 kg (p <0,0001).

aspirina

RESULTADOS

AAS em dose baixa

Doses mais baixas de AAS (75 a 100 mg) foram associadas a menores riscos cardiovasculares em pessoas com peso entre 50 e 69 kg (HR 0,85 [IC 95%: 0,65  a 0,85]), mas não naqueles com 70 kg ou mais (HR 0,95 [IC 95%: 0,86 a 1,04]). A capacidade da AAS de reduzir eventos cardiovasculares diminuiu com o aumento do peso (p = 0,0072).

AAS em dose alta

Doses mais altas de aspirina (≥ 325 mg) tiveram interação oposta com o peso corporal, reduzindo os eventos cardiovasculares apenas em pacientes com 70kg ou mais (p = 0,017). Os achados foram semelhantes em homens e mulheres, em pessoas com diabetes, em ensaios de AAS na prevenção secundária e em relação à altura.

Riscos

A estratificação também revelou danos devido ao excesso de dosagem. O uso de AAS aumentou o risco de morte súbita em pessoas com baixo peso para a dose e o risco de morte por todas as causas aumentou em indivíduos com menos de 50 kg que estavam recebendo aspirina de 75 a 100 mg (HR 1,52 [IC 95%: 1,04 a 2]; p = 0,031).

Câncer

As reduções mediadas pela aspirina no risco a longo prazo de câncer colorretal também foram dependentes do peso (p = 0,038). Em participantes com 70 anos ou mais, o risco de câncer em 3 anos também foi maior com o uso de AAS (HR 1,20 [IC 95%: 1,03 a 1,47]; p = 0,02), principalmente naqueles com peso inferior a 70 kg (HR 1,31 [IC 95%: 1,07 a 1,61]; p = 0,009) e, consequentemente, em mulheres (HR 1,44 [IC 95%: 1,11 a 1,87]; p = 0,0069).

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que:

  • Doses baixas de aspirina (75 a 100 mg) só foram eficazes na prevenção de eventos vasculares em pacientes com peso inferior a 70 kg, e não tiveram benefício em 80% dos homens e 50% das mulheres pesando 70 kg ou mais.
  • Doses mais altas de aspirina só foram eficazes em pacientes com 70 kg ou mais.
  • É improvável que uma abordagem de dose única para a aspirina seja ideal, e uma estratégia mais personalizada é necessária.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Effects of aspirin on risks of vascular events and cancer according to bodyweight and dose: analysis of individual patient data from randomised trials. Rothwell, Peter M et al. The Lancet. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31133-4

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