Polimastia é uma alteração do desenvolvimento mamário que consiste na presença de glândulas extranumerárias e que incide em 1% a 5% da população.
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Embriologia mamária
A glândula mamária se desenvolve a partir do ectoderma na face ventral do embrião. A faixa galáctica, ou linha de leite, se estende da axila à virilha e em torno da quinta semana de gestação nela se desenvolvem pares de botões nos quais ocorrem a invaginação do ectoderma e o brotamento e a ramificação do epitélio.
A maioria dessas cristas regride durante o desenvolvimento fetal, exceto por um par localizado na região peitoral. Os botões extras que não desaparecem completamente se desenvolvem como tecido glandular ectópico, formando mamas acessórias, extranumerárias (polimastia) ou papilas acessórias (politelia), mais comumente observadas nas axilas, em cerca de 2% a 6% das mulheres.
Características clínicas
Aproximadamente 67% dos casos de polimastia estão localizados nas partes torácica ou abdominal da linha mamária, muitas vezes logo abaixo do sulco inframamário; 20% localizam-se na axila; os locais restantes ao longo da linha representam 20%. A polimastia apresenta forma ectópica ou aberrante que não é acompanhada de papila mamária ou aréola e é comumente confundida com lipoma, linfoadenopatia ou hidradenite.
Como a localização mais comum é em região axilar, os sintomas são:
- Presença de massa nas axilas unilateral ou bilateral
- Dores e sensação de inchaço no local, principalmente no período pré-menstrual
- Saída de leite quando há amamentação pelas mamas habituais.
Como raramente a polimastia localiza-se fora das axilas, o menos comum é a presença dessa mama rudimentar no abdome e região pélvica.
O diagnóstico de polimastia é feito basicamente com um exame físico. Podem ser feitos outros exames para avaliar a estrutura dessa mama e, em alguns casos, triagem para câncer de mama:
- Ultrassonografia: mostra a presença de tecido mamário fora do seu sítio normal
- Ressonância nuclear magnética e mamografia: podem auxiliar na melhor definição das mamas axilares.
O tecido mamário acessório possui a mesma capacidade de sofrer alterações benignas e malignas que o tecido mamário normal. Entretanto, a incidência de carcinoma no tecido mamário acessório é rara, correspondendo a apenas 0,3% dos carcinomas de mama.
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Tratamento
Não existem medicamentos com resposta eficaz para polimastia. O tratamento cirúrgico vai depender do tamanho e localização da polimastia. Quando mamas acessórias axilares possuem tamanho médio a grande, o ideal é a retirada da glândula com pele. Se é uma polimastia de pequeno volume, pode-se obter sucesso com a lipoaspiração.