Câncer de próstata: como funciona o tratamento com ultrassonografia?

Uma das novidades do mercado brasileiro em relação a tratamentos de câncer de próstata é a utilização de um ultrassom de alta intensidade.

Uma das novidades do mercado brasileiro em relação a tratamentos de câncer de próstata é a utilização de um ultrassom de alta intensidade, chamado de HiFu, que por meio da tecnologia Focal One® combina a fusão de imagens com a terapia focal. O tratamento é indicado para pacientes com determinado tipo de tumor localizado e, geralmente, com baixa agressividade.

Segundo o urologista Victor Srougi, do Hospital Moriah e pós-graduado em cirurgia minimamente invasiva e robótica em urologia pela Klinikum Heilbronn, na Alemanha, e pelo Instituto Montsouris, na França, o equipamento pode ser usado em pacientes que não desejam passar pela cirurgia ou radioterapia como tratamento primário.

O ultrassom causa uma necrose no tecido da próstata onde está instalado o tumor através de altas temperaturas. No entanto, por ser focalizado, o tecido sadio ao redor é totalmente preservado.

“O HiFu é uma técnica minimamente invasiva, que destrói somente a porção da próstata com tumor. Dessa maneira, os tecidos ao redor da próstata são preservados, diminuindo o risco de incontinência urinária e impotência sexual, sequelas frequentes nos tratamentos radicais. Além disso, como se trata de um procedimento sem incisões, o paciente recebe alta no mesmo dia e retorna às atividades cotidianas mais rapidamente”, afirma Victor Srougi.

A técnica é aplicável em cerca de 40% dos pacientes com câncer de próstata. Os casos ideais são os de tumores de baixa agressividade e localizado em um dos lados da próstata. A seleção rigorosa do paciente é a chave para o tratamento eficaz, que também pode ser indicado para pacientes que tiveram uma recidiva após a radioterapia.

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médica avaliando exame de paciente com câncer de próstata

Tratamento para câncer de próstata

O procedimento é realizado sem cortes, por meio de um equipamento que processa os exames de imagem e informações clínicas do paciente e também emite as ondas de ultrassom através de um probe, que se aproxima da próstata.

O equipamento funde as imagens de ressonância magnética da próstata do paciente, com as imagens de ultrassom feitas em tempo real, criando uma imagem em três dimensões que permite ao médico localizar o tumor dentro da próstata com muito mais eficiência.

“Com o paciente sob anestesia geral, o probe do HIFU é introduzido através do reto, gerando imagens de ultrassom, que são fundidas a imagens de uma ressonância magnética realizada previamente. Na imagem em três dimensões criada localiza-se o tumor, os limites da próstata e delimita-se a área que será tratada. Os disparos de ultrassom são iniciados através do mesmo probe e aplicados em pontos de 4 em 4 mm, aquecendo o tecido e destruindo a área com o tumor”, explica o urologista.

O paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia do procedimento com uma sonda através do canal da urina, que é retirada de três a cinco dias depois. Geralmente, em uma semana é possível retomar as atividades cotidianas, dependendo de cada caso.

“Uma sessão é o suficiente para o tratamento. Se houver uma recidiva da doença, o paciente pode realizar um novo HIFU ou até mesmo cirurgia e radioterapia. O preço varia conforme a instituição, mas geralmente é mais barato do que o tratamento cirúrgico”, diz o urologista Victor Srougi.

O tratamento com o ultrassom de alta intensidade está disponível no Hospital do Homem, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), referência na rede pública em doenças do rim e da próstata, em São Paulo, e em clínicas particulares pelo país.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referência bibliográfica:

  • Guillaumier S, et al. A Multicentre Study of 5-year Outcomes Following Focal Therapy in Treating Clinically Significant Nonmetastatic Prostate Cancer. Eur Urol. 2018 Oct;74(4):422-429. doi: 10.1016/j.eururo.2018.06.006.

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